Relacionamentos Saudáveis

Daniel Lima

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A vida cristã é sempre sobre relacionamento. Ela começa com a salvação, a restauração de nosso relacionamento com Deus (Romanos 5.1), continua por meio da santificação ou o crescimento de nossa relação com Deus (2Coríntios 3.18) e culmina com nossa glorificação, quando estivermos plenamente em comunhão com Deus (1Coríntios 13.12). Naquela que talvez seja uma das mais claras declarações sobre o cristianismo, Jesus respondeu sobre qual é a maior mandamento, registrado no evangelho de Marcos 12.28-31:

28Um dos mestres da lei aproximou-se e os ouviu discutindo. Notando que Jesus lhes dera uma boa resposta, perguntou-lhe: “De todos os mandamentos, qual é o mais importante?” 29Respondeu Jesus: “O mais importante é este: ‘Ouça, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus, o Senhor é o único Senhor. 30Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’. 31O segundo é este: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe mandamento maior do que estes”.

É legítimo afirmarmos que esta síntese do evangelho nos aponta para uma relação amorosa com Deus e com os outros. Em um mundo em que relacionamentos estão se tornando cada vez mais descartáveis e “virtuais”, é fundamental ao líder que deseja terminar bem que invista em relacionamentos saudáveis. Este é o artigo final de série sobre terminar bem. O eixo desta série de artigos é justamente explorar os hábitos que são encontrados naqueles que finalizam bem sua carreira cristã. Importa lembra que terminar bem não significa terminar com sucesso de acordo com o mundo, mas de acordo com Deus.

Existem muitas instruções sobre relacionamentos na Bíblia. Este tema certamente é digno de ser estudado com muito mais profundidade do que permite este artigo. No entanto, eu gostaria de alistar apenas algumas instruções que, a meu ver, são fundamentais. Para tanto vou me concentrar em apenas uma passagem: Romanos 12.9-21. Antes de iniciar este estudo, porém, creio que é importante destacar que muito embora relacionamentos sejam o fundamento da fé cristã, isso não significa que todos os cristãos tenham igual facilidade em lidar com seus relacionamentos. Na verdade, é minha firme convicção que todo cristão é limitado no cumprimento das instruções de Cristo sobre relacionamentos. Todos podemos crescer em um aspecto ou outro.

Todo cristão é limitado no cumprimento das instruções de Cristo sobre relacionamentos. Todos podemos crescer em um aspecto ou outro.

Ao analisar esta passagem, identifico muitos princípios. Por razões de brevidade, quero destacar 5 princípios sobre como manter relacionamentos saudáveis:

  1. Sinceridade – “O amor deve ser sincero” (v. 9a). Talvez uma das áreas que mais precisamos trabalhar como cristãos é em amar de verdade, sem fingimento. Como é evidente que amor deve ser a marca do cristão, todo cristão busca mostrar amor. Como muitas vezes, embora legítimo, ele não é espontâneo, o amor pode ser rapidamente visto como falso ou hipócrita. Se você é um líder, ore para que Deus lhe dê um amor sincero por pessoas. Não faça de conta, não apresente um personagem. Rogue a Deus que derrame em seu coração um amor verdadeiro pelas pessoas ao seu redor.

  2. Intencionalidade – “Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal” (v. 10a). Este verso completa a ideia do anterior. Nosso amor será imperfeito, será menos do que aquilo que Deus deseja. Talvez por temperamento, ou por feridas emocionais, você ame menos ou demonstre menos amor por outros. A exortação de Paulo é que nos dediquemos com amor, com carinho uns pelos outros. Nenhum cristão, especialmente um líder, pode usar a sinceridade como desculpa para não dar honra e carinho aos que o cercam.

  3. Hospitalidade – “Pratiquem a hospitalidade” (v. 13b). Hospitalidade, ou compartilhar com os santos, é uma das marcas mais visíveis de relacionamentos saudáveis. No primeiro século, com todas as perseguições, as necessidades eram reais e imediatas. Muito embora o contexto em nossos dias seja muito diferente, creio que temos perdido de vista o conceito de hospitalidade. Temos formalizado, institucionalizado nossos relacionamentos. Ao sabermos de um irmão em necessidade, nos perguntamos o que a igreja vai fazer. Como líderes precisamos abrir nossas casas e nossas vidas para outros irmãos.

  4. Não retaliação – “Abençoem aqueles que os perseguem” (v. 14a) e “nunca procurem vingar-se” (v. 19a). Nem sempre nossos relacionamentos serão harmoniosos. Mesmo dentro da comunidade de fé, não é raro sermos – ou pelo menos nos sentirmos – injustiçados. Este é outro grande desafio: como ter um bom relacionamento com aqueles que nos “perseguem”? A resposta da Palavra é que devemos abençoar aqueles que de alguma forma nos prejudicam. Isso não significa permitir abuso, mas significa fazer o bem a quem nos faz o mal.

  5. Pacificadores – “Façam todo o possível para viver em paz com todos” (v. 18). Somos representantes do Príncipe da Paz. Especialmente como líderes, uma de nossas funções é “desarmar” a situação de conflito. Este é um ponto delicado, pois muitos líderes, para evitar conflitos, ignoram propositalmente princípios bíblicos. Jesus nunca ignorou princípios, chegando mesmo a confrontar duramente autoridades religiosas que em sua arrogância continuavam na prática do mal; ao mesmo tempo, seu ministério é de reconciliação e não de conflito. A confrontação deve ser misturada com misericórdia e afeto.

Ao olhar esta lista, eu mesmo me sinto confrontado. Confesso que há muito que preciso trabalhar em minha própria vida. Minha sincera oração é que assim como eu, você faça uma autoavaliação e invista em cultivar também este hábito dos líderes que terminam bem. Que nosso Supremo Pastor nos guie nesta jornada!

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Daniel Lima (D.Min., Fuller Theological Seminary) serviu como pastor em igrejas locais por mais de 25 anos. Também formado em psicologia com mestrado em educação cristã, Daniel foi diretor acadêmico do Seminário Bíblico Palavra da Vida (SBPV) por cinco anos. É autor, preletor e tem exercido um ministério na formação e mentoreamento de pastores. Casado com Ana Paula há mais de 30 anos, tem quatro filhos, dois netos e vive no Rio Grande do Sul desde 1995. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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