Atitudes positivas diante da expectativa do fim: parte 2 (4.7-11)
No texto anterior, vimos as três primeiras atitudes positivas mencionadas por Pedro: uma vida de oração, o amor e a hospitalidade. A seguir, falaremos das três últimas.
Prática dos dons espirituais
“Sirvam uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como encarregados de administrar bem a multiforme graça de Deus” (1Pedro 4.10).
A aplicação dos dons da graça é indispensável para um serviço mútuo frutífero. Nossos diversos dons só contribuirão para a edificação da igreja quando exercidos em conjunto. Por isso, a igreja vive de cada um reconhecer e aplicar sua capacitação.
Cada cristão recebeu um ou mais dons do Espírito Santo (1Co 12). Ao aplicar os diversos dons nas diferentes áreas de ministério dentro da igreja demonstramos uma boa mordomia.
Deus concede os dons para que sejam exercidos. Dons inativos são sinal de mordomia ruim. Os dons implicam grande responsabilidade. Quando aplicados, permitem que a vida da igreja se desenvolva ricamente.
A igreja vive de cada um reconhecer e aplicar sua capacitação.
Num empreendimento, uma coordenação adequada e bem ajustada somente terá sucesso naquilo que faz quando as diversas capacitações dos colaboradores forem aplicadas no lugar certo, com as ferramentas corretas.
Proclamação
“Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus” (1Pedro 4.11). Esta declaração e a seguinte ainda se referem aos diversos dons da graça mencionados no versículo anterior. Esses dons também incluem o falar e o servir, e esses são os dois principais dons na comunidade neotestamentária.
Se alguém possuir o dom de falar, ele deve manter em mente que aquilo que ele transmite são palavras de Deus. Isso inclui uma grande responsabilidade:
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Seu discurso precisa basear-se na Palavra de Deus;
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Deve corresponder à doutrina geral da Escritura Sagrada;
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Deve corresponder ao sentido da inspiração pelo Espírito Santo;
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Deve adaptar-se à estrutura da Escritura, como “ministros de uma nova aliança” (2Co 3.6-9);
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Deve ser executado com segurança e retidão;
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Deve ser reverente;
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Não deve basear-se em especulações nem em ideias e opiniões pessoais;
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Precisa servir à edificação e ao progresso da igreja; e
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Precisa ser praticado segundo a verdade e em amor.
A respeito disso, Paulo também pediu orações: “E orem também por mim, para que, no abrir da minha boca, me seja dada a palavra, para com ousadia tornar conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazer” (Efésios 6.19-20).
Serviço
“... se alguém serve, faça-o na força que Deus lhe dá...” (1Pedro 4.11). No mesmo nível do dom de falar está o de servir. Esses dois dons são o que sustenta a igreja e servem, lado a lado, para edificá-la e conduzi-la. Esses dois dons incorporam todos os outros – são, por assim dizer, as duas colunas que sustentam todo o edifício dos dons.
O dom de serviço desenvolve-se nas seguintes áreas: tarefas administrativas, prestação de ajuda de todo tipo a pessoas e dependências, visitação, ministérios de oração e música, assistência espiritual, tarefas organizatórias, participação e cooperação em eventos especiais conforme o dom de que se disponha (verso 10).
Não se trata da nossa força, mas da força de Deus.
Esses serviços devem ser exercidos “na força que Deus lhe dá”. Exclui-se com isso qualquer falta de interesse e negligência.
Essas muitas prestações de serviços na igreja são bastante cansativas e, muitas vezes, acompanhadas de lutas, esforços, decepções e provações. Por isso precisamos sempre ir em busca da fonte de forças que Deus oferece. Não se trata da nossa força, mas da força de Deus, ou seja: focar-se nele e não nos homens, assumindo o trabalho munido da força divina. Ao fazer isso, podemos ter certeza de que o Senhor sempre nos suprirá com a força necessária.
Conclusão
“... para que, em todas as coisas, Deus seja glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio para todo o sempre. Amém!” (1Pedro 4.11).
Tal perspectiva e motivação facilita qualquer tarefa. Ela desvia nosso olhar da nossa própria honra, não permitindo que invejemos o próximo, mas nos faz simplesmente olhar para Deus e lembrar que tudo o que fazemos se destina à eternidade.
Servir a Jesus nos liberta da pressão de precisar agradar aos homens.
Servir a Jesus nos liberta da pressão de precisar ser o ou a “melhor”.
Servir a Jesus nos liberta da pressão de precisar tomar conta de tudo.
Servir a Jesus nos liberta da pressão da inveja e do ciúme.
Servir a Jesus nos liberta da psicose de precisar lutar contra outras pessoas.
Servir a Jesus nos liberta para servir a Deus e esperar tudo dele.
Servir a Jesus nos liberta de nós mesmos e nos dá alegria nele.