Tudo é Diferente em Belém

Nathanael Winkler

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Esperava-se por um Rei. Contudo, ele veio em forma de servo. O Leão de Judá era esperado, mas ele veio como o Cordeiro de Deus. Ele não nasceu na casa real ou num palácio, mas em uma simples estrebaria. Ele não veio ao mundo na cidade do Rei, mas em um pequeno lugarejo chamado Belém. Ele não recebeu uma saudação real, mas recebeu a visita de pastores.

Tudo foi diferente do que era esperado em Israel; todavia, isso havia sido anunciado antecipadamente. Jesus apareceu como homem comum para afastar aquilo que nos separava de Deus: o pecado. Ele se uniu a nós para que nós pudéssemos nos unir com Deus. Em Belém foi revelado o amor de Deus para nós, seres humanos. Aqui ele demonstra que quer manter comunhão com as pessoas.

Não é de admirar que o Diabo luta contra o verdadeiro significado do Natal e quer nos fazer desviar de todas as maneiras. É possível celebrar o Natal sem Jesus? Na verdade, não. No entanto, muitos comemoram a festa do seu nascimento sem a presença dele.

Muitas vezes se acha que Natal não é Natal se não houver árvore, presentes, luzes e as tradicionais ceias. Na verdade, essas coisas belas não são as características essenciais do Natal. Muito antes, a essência da festa é a esperança vinda de Belém: o nascimento do Salvador do mundo, Jesus Cristo.

Alguém contou a seguinte história, que talvez sirva como ilustração:

Natal?! Não! Neste ano não teremos nada!”, a senhora exclamou, amargurada.

Mas por que não?”

Neste ano recebi a notícia de que meu marido, que estava aprisionado na Rússia, faleceu. Agora estou recolhida nesse quarto com meus dois filhos. Não temos dinheiro para comprar alguma coisa, não é suficiente nem para sobrevivermos...” A senhora, irada, seca as lágrimas. “Não, Natal, neste ano não teremos nada disso.”

Então eu preciso lhe contar uma historinha. A senhora teria cinco minutos de tempo para isso?”

A senhora concordou e novamente enxugou as lágrimas que não paravam de escorrer.

A senhora sabia que eu vivenciei todo o período de guerra [2ª Guerra Mundial] aqui nesta região? Chegou então o Natal de 1944. Nossa casa estava em más condições. As janelas estavam fechadas precariamente com papelão e mantas de vidro. O vento assobiava ao entrar pelas frestas. No entanto, apesar disso, eu desejava comemorar o Natal com meus filhos.

Não havia árvores de Natal disponíveis; assim, pela manhã fui de bicicleta até um mato para buscar uma arvorezinha para mim. Infelizmente isso não era permitido. Apareceu um guarda florestal que me comunicou isso e registrou o meu nome.

Voltei para casa, triste! Todavia, eu tive sorte, pois, à tarde passou um polonês lá em casa oferecendo-me uma arvorezinha. Eu não lhe perguntei onde ele a obteve. Então organizamos uma pequena cerimonia. Na verdade, estava muito simples, pois não podíamos comprar mais nada. Porém, conseguimos juntar algumas coisinhas. Também tínhamos duas ou três velas para acender. Mesmo assim, dava um clima de festa. Mas justamente quando iríamos começar a festinha e nos alegrar, soaram as sirenes. Foi algo incrivelmente rápido. Elas anunciavam um ‘ataque aéreo iminente’. Meus filhos correram para o abrigo enquanto eu apagava as velas. Por fim, também corri para fora, na escuridão.

Os aviões inimigos já roncavam no alto. Eu corri para salvar minha vida. Mas, então, eu parei, pois notei que o ataque era na cidade vizinha. Observei as ‘árvores de Natal’ vindas do céu. (Era assim que chamávamos os foguetes sinalizadores com os quais os aviões marcavam os seus alvos.) Eu estava completamente sozinha numa rua abandonada. O solo estremecia com o impacto das bombas. Ao redor, no céu, estavam as terríveis ‘árvores de Natal’, que representavam a morte. Então me senti atingida por toda a miséria deste pobre mundo. Eu me sentia totalmente abandonada e perdida. Tive vontade de gritar diante de tanta miséria. De repente – sim, então aconteceu, eu ouvi o anjo de Deus anunciando nos campos de Belém: ‘Hoje vos nasceu o Salvador!’

“‘Mas isso vale!’, eu pensei. ‘Sim, isso vale ainda hoje!’ Então me senti envergonhada e, de alegria, rolaram as lágrimas no meu rosto. Meu coração repetia constantemente: ‘Foi para mim! O Salvador nasceu para mim, Cristo, o Salvador chegou!’. E eu fiquei tão feliz e contente com isso que eu nem conseguia expressar.

Terminado o ataque, meus filhos voltaram do abrigo. Então nos reunimos e começamos a cantar: ‘... o mundo estava perdido, mas Cristo nasceu! Alegre-se, ó cristandade’. Cantamos de tal maneira que as paredes podres chegaram a tremer.

A senhora vê, para o Natal precisamos somente do Salvador. Todo o restante são ingredientes e, se estes faltarem, que diferença faz? Um amigo meu diz que ‘O principal é que aquilo que é importante continue sendo importante!’... assim, gostaria de lhe dizer: ‘Eu lhe desejo um abençoado Natal!’”

Eu também desejo a vocês um abençoado Natal.

Série "A Esperança de Belém"

  1. A Esperança de Belém
  2. O Plano de Deus em Belém
  3. O Papel de Belém
  4. O Salvador vindo de Belém
  5. Tudo é Diferente em Belém

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Nathanael Winkler nasceu em Israel e é membro da diretoria do Ministério Chamada na Suíça. Casado com Rebecca, tem 3 filhos. Completou seus estudos teológicos no Centro Europeu de Treinamento Bíblico (EBTC), onde também leciona. É convidado para pregar em diversas igrejas.

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