Servir Genuinamente Cristão: Parte 3

Daniel Lima

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Na semana passada, fiz uma breve pesquisa sobre o que o mundo em geral afirma ser as características de um grupo ou família saudável. O elementos incluíam muita coisa que intuitivamente já sabemos: amor ou afeto, mesma perspectiva, respeito mútuo, normas ou acordos, boa comunicação e serviço. Eu estou de acordo com todas, mas achei a última muito reveladora. Um grupo ou família precisa ter um compromisso de servir uns aos outros. Um grupo onde os membros são movidos por competição interna ou estão arraigados em seu egoísmo não será saudável e nem terá vida longa. Colocando de uma forma positiva, em um grupo ou família saudável, cada membro entende que para o bem do grupo terá de realizar serviços para os outros.

Temos estudado nos dois últimos artigos o texto de João 13.1-17. Nesse trecho, o apóstolo João descreve o evento em que Jesus lava os pés dos discípulos. Tenho procurado apresentar características de um serviço genuinamente cristão. Hoje quero destacar os versículos 12 a 17 e alistar alguns desses princípios.

“Quando terminou de lavar-lhes os pés, Jesus vestiu a capa e voltou ao seu lugar. Então, perguntou: ‘Entendem o que fiz a vocês? Vocês me chamam “Mestre” e “Senhor”, e com razão, pois eu o sou. Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei os pés de vocês, então vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Eu dei o exemplo, para que, como eu fiz, também o façam. Em verdade lhes digo que nenhum escravo é maior do que o seu senhor, e nenhum enviado é maior do que aquele que o enviou. Agora que vocês sabem estas coisas, bem-aventurados serão se as praticarem.’”

8. Significado maior. Jesus deixa claro que seu serviço de lava-pés, apesar de atender uma necessidade real, tem um significado que vai muito além da higiene. Como já destacamos antes, esse é um momento de ensino. Assim, nosso serviço cristão também vai muito além de suprir necessidades. Queremos manifestar a graça de nosso Senhor, queremos testemunhar do seu amor que nos move e queremos “dar razão da esperança que habita em nós”. Seja em casa, ao servirmos uns aos outros em família, seja atendendo pessoas em necessidade, temos um alvo! Esquecer desse alvo distorce nosso esforço e banaliza nosso serviço.

Não existe serviço simples demais ou abaixo de nossa dignidade, pois nosso propósito não é lavar pés, mas ensinar e anunciar nosso Senhor.

9. Disponibilidade. Exatamente devido ao fato de que nosso serviço não é um fim em si mesmo, mas um veículo para nosso verdadeiro serviço, não precisamos nos ater a serviços que sejam os melhores ou àqueles que temos maior experiência. Caso existam duas necessidades, uma das quais eu possa atender melhor devido a talentos ou experiência, é claro que devo me dedicar a esta. No entanto, não existe serviço simples demais ou abaixo de nossa dignidade, pois nosso propósito não é lavar pés, mas ensinar e anunciar nosso Senhor. Lavar pés é só a oportunidade de realizar nosso verdadeiro serviço.

10. Vida de Discípulo. Nos versículos 14 a 16 Jesus estabelece que o discípulo deve copiar seu mestre. A vida dos discípulos é seguir os passos de seu mestre, procurando entender sua atitude e realizando as obras que ele realizou enquanto aqui na terra. O apóstolo Paulo torna isso claro em Filipenses 2.5: “Tenham a mesma atitude demonstrada por Cristo Jesus”. Assim, nosso chamado como discípulos é copiar não só as ações, mas principalmente a atitude (no original, “disposição mental”) de Cristo.

Felicidade no mundo está ligada a poder, seja por hierarquia, seja financeiro, seja por força. Para o cristão, felicidade está ligada a servir conforme nosso Mestre serviu.

11. Serviço e felicidade. O versículo 17 destaca o último princípio da passagem que vai diretamente em oposição à filosofia mundana. Serviço traz felicidade. A promessa é que, sabendo da atitude de Jesus e de que somos chamados a copiá-lo, à medida que seguirmos este modelo seremos mais felizes. O mundo ensina exatamente o oposto. Conforme Marcos 10.42: “Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem autoridade sobre elas”. Felicidade no mundo está ligada a poder, seja por hierarquia, seja financeiro, seja por força. Para o cristão, felicidade está ligada a servir conforme nosso Mestre serviu.

A realidade do serviço aos outros faz parte da experiência humana. Todos servimos de muitas formas. A grande questão é como serviremos e qual nossa atitude ao servir. O Senhor nos concede inúmeras oportunidades de servir, e minha oração é que nosso serviço seja genuinamente cristão.

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Daniel Lima (D.Min., Fuller Theological Seminary) serviu como pastor em igrejas locais por mais de 25 anos. Também formado em psicologia com mestrado em educação cristã, Daniel foi diretor acadêmico do Seminário Bíblico Palavra da Vida (SBPV) por cinco anos. É autor, preletor e tem exercido um ministério na formação e mentoreamento de pastores. Casado com Ana Paula há mais de 30 anos, tem quatro filhos, dois netos e vive no Rio Grande do Sul desde 1995. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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