Sardes e Filadélfia, Turquia (Terça-feira, 30 de maio)
Mais um dia, mais um hotel. Esses dias foram intensos, viagens, visitas, um novo hotel a cada noite. Todos muito bons, mas aos poucos vamos nos cansando da constante troca de hotéis. No entanto, as visitas são sempre interessantes e lições espirituais abundam ao pensarmos nas várias igrejas às quais Jesus trouxe uma palavra, conforme o registro de João em Apocalipse.
Após passarmos a noite em Esmirna, saímos logo cedo para o sítio arqueológico de Sardes. Ali há muita coisa preservada, inclusive uma enorme sinagoga. Já na sinagoga encontramos sinais do problema que Jesus indica ao falar à igreja naquela cidade. A sinagoga apresenta uma influência grega, indicando um princípio de sincretismo. A palavra de Jesus para Sardes em Apocalipse 3.1 é: “Conheço as tuas obras; você tem fama de estar vivo, mas está morto”. A igreja em Sardes provavelmente tinha presença e talvez “relevância”, mas não tinha vida.
Eu certamente sou levado primeiramente à minha própria vida e à minha própria igreja. É surpreendentemente fácil para uma igreja confundir ser “bem-sucedida” com estar viva. Se os cultos estão bem frequentados e aumentando, se a igreja está se tornando mais e mais conhecida, então a consequência lógica é que está viva. Isso não é uma crítica a igrejas que estão crescendo. Há muitas igrejas pequenas que tampouco estão vivas. O alerta é para que busquemos os critérios de Deus que indicam vida em nossas igrejas e em nós mesmos. Há alguns meses escrevi uma série de artigos sobre as “Cinco Marcas de uma Igreja Cristocêntrica”. Essas marcas podem ser um bom ponto de partida nessa análise.
É surpreendentemente fácil para uma igreja confundir ser “bem-sucedida” com estar viva.
Passamos, a caminho de Éfeso (hoje conhecida como Kusadasi), pela cidade de Filadélfia (hoje Alasehir). Em Filadélfia, visitamos as ruínas da igreja de São João. Uma vez mais, a presença muçulmana por séculos na região deixou poucas marcas dessa igreja tão famosa. Jesus tem apenas palavras positivas a respeito desse grupo de irmãos. Em Apocalipse 3.8 lemos: “Sei que você tem pouca força, mas guardou a minha palavra e não negou o meu nome”. E um pouco adiante no versículo 10: “Visto que você guardou a minha palavra de exortação à perseverança, eu também o guardarei da hora da provação que está para vir sobre todo o mundo”. Essa é uma promessa preciosa para todos que entendem que, como igreja, seremos levados antes da tribulação.
No entanto, o sítio arqueológico da igreja de São João tem apenas três das grandes colunas desta construção. Uma vez mais, é impressionante como tudo que restou dessa comunidade tão elogiada são ruínas em uma cidade praticamente sem presença cristã. Fiquei imaginando quanto dinheiro, esforço e até mesmo vidas foram gastas na edificação daquela igreja. Uma vez mais, não tenho nada contra prédios e instalações. No entanto, de pé diante daquelas colunas, fui novamente confrontado com a realidade que a igreja são as pessoas, seu testemunho, sua edificação, seu impacto pessoal, e não suas construções. Na verdade, como é fácil ficarmos impressionados com prédios e construções.
Por fim, passei a pensar em minha própria vida. Dentro de alguns anos, se o Senhor não voltar antes, qual será meu legado? Não serão realizações, ou conquistas, ou muito menos títulos ou honrarias. Meu legado, e o seu, serão vidas que foram impactadas em direção a Jesus por meio de nossas palavras, vidas e testemunho. Oro para que tanto eu quanto você vivamos de modo a deixar um legado eterno.