Páscoa: A Vitória Sobre a Morte
Quanta coisa é feita apenas para não haver lembrança da morte! Essas tentativas incluem a luta diária e desesperada contra o envelhecimento. Quando nos olhamos no espelho, ficamos perplexos com os cabelos cada vez mais brancos, com a pele que vai enrugando…
O escritor da carta aos Hebreus acerta quando diz: “... todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hebreus 2.15). O medo da morte é um jugo extremamente pesado, um legítimo pavor. Tenta-se colocar de lado a ideia da morte, e as mais diversas tentativas são feitas para fugir da escravidão imposta pela consciência de que um dia todos partiremos deste mundo.
Alguns se consolam com as chamadas experiências de quase-morte, histórias ilusórias que o pai da mentira usa para enganar a muitos. O autoengano é o pior engano. Ele é como a história daquele rei que estava morrendo e foi visitado pelo bobo da corte. Este lhe perguntou se estava preparado para sua última viagem. O rei espondeu que não. Aí o bobo teria tirado sua touca, colocado-a na cabeça do rei e dito: “Vossa majestade é um bobo ainda maior do que eu porque deixou de se preparar para sua última viagem”.
O autoengano é o pior engano. O último inimigo – a morte – até agora sempre teve a palavra final.
Espero que cada um dos que leem estas linhas se apegue à verdade bíblica, que diz: “E todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente” (João 11.26). A chave para o cumprimento dessa promessa é “crê em mim”, é crer em Jesus, é depositar toda a nossa confiança no Senhor Jesus e não em truques ou filosofias que estão tentando pregar uma peça e enganar a morte. O último inimigo – a morte – até agora sempre teve a palavra final. Todos precisam morrer, porque todos pecaram. Por meio do primeiro ser humano, Adão, veio o pecado e com ele a morte para toda a humanidade. Por meio do último Adão, que é Jesus Cristo, veio a justiça e a vida… Por isso “Deus nos deu a vida eterna, e essa vida está em seu Filho. Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida” (1João 5.11-12). Muitas vezes nosso problema consiste em não conseguirmos ver essa nova vida, essa vida eterna, num mundo marcado pela morte.
É por essa razão que o homem rico discutia com Abraão tentando impedir que seus cinco irmãos ainda vivos um dia também chegassem a “este lugar de tormento”. Por isso falou a Abraão: “Então eu te suplico, pai: manda Lázaro ir à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos. Deixa que ele os avise...” (Lucas 16.27-28). Ele realmente achava que, se alguém retornasse do reino dos mortos, seus irmãos iriam se arrepender. Abraão deu apenas uma única e definitiva resposta, válida para todos os tempos: “Eles têm Moisés e os Profetas; que os ouçam” (Lucas 16.29). Aos sábados, nas sinagogas, são lidos em voz alta trechos dos cinco livros de Moisés e dos escritos dos profetas. Ou seja, tanto os judeus que pedem por sinais quanto os gregos (os não-judeus) que pedem por sabedoria são conduzidos à revelação escrita, que é a Bíblia.
Nosso problema consiste em não conseguirmos ver essa nova vida, essa vida eterna, num mundo marcado pela morte.
O Filho de Deus, que é a verdade (corporificada), a ressurreição e a vida, venceu a morte, tomou dela o poder que ela detinha, pois removeu de uma vez para sempre o aguilhão da morte, que é o pecado. Ele trouxe à luz o evangelho, a boa nova. Por isso, lemos nos Atos dos Apóstolos: “Com grande poder os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus...” (Atos 4.33).
Ele não ficou na morte, e nós também não ficaremos! Que hoje, aqui e agora, a mensagem da Páscoa encha completamente os nossos corações, pois é uma mensagem de alegria e vitória. Nosso Senhor ressuscitou! E os que são dele também ressuscitarão! “Todo aquele que nele tem esta esperança purifica- se a si mesmo, assim como ele é puro” (1João 3.3).