O Anticristo

Arno Froese

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O anticristo é a manifestação visível e encarnada de Satanás na Terra. O ser humano criará uma imagem que será adorada por todos os povos. 

Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora. Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1 João 2.18-19).

O apóstolo João é o único escritor que faz uso da palavra “anticristo” na Bíblia. O versículo anterior diz o seguinte: “Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (v. 17). Portanto, neste ponto trataremos de duas coisas: aquilo que é temporal e aquilo que é eterno. Embora tenha escrito há cerca de 2000 anos atrás, João afirmou: “já é a última hora”. É preciso que tenhamos em mente que ele escrevia tais palavras por uma perspectiva espiritual. Tudo o que percebemos com nossos cinco sentidos pertence a este mundo físico, que é temporal, mas aquilo que conhecemos através das Escrituras é eterno.

O anticristo e o espírito do anticristo sabem, muito bem, que pouco tempo lhes resta; logo, é preciso que a humanidade seja levada rapidamente a se sujeitar a ele. Esse processo de sujeição não se dá por meio de armas de guerra. Pelo contrário, cumpre-se de maneira moderna e elegante de modo que as pessoas venham a se submeter voluntariamente aos desejos criados por uma mídia inspirada por Satanás.

Não precisamos culpar a mídia jornalística, a indústria do entretenimento, os liberais, os humanistas, os esquerdistas, nem qualquer outro grupo. Os magnatas da indústria do entretenimento seguem as tendências de quem assiste o que é produzido. Eles realmente apresentam aquilo que as pessoas querem ver. Nós já discutimos o papel da mídia no declínio moral das nações. Porém, não devemos desconsiderar o fato de que, por exemplo, quando a indústria do entretenimento perverte a moralidade de seus espectadores, ela só o faz porque sabe que as pessoas gostam do que assistem, criando, assim, um ciclo vicioso. A mídia exibe mais filmes e programas de televisão que contêm violência e imoralidade porque é exatamente o que mais vende, é o que as pessoas querem ver. Em todo e qualquer negócio, o mais importante é que as pessoas fiquem encantadas e obcecadas com o produto oferecido. O sucesso de uma empresa ou de um produto se baseia nesse nível de alcance e resposta do público-alvo.

Embora já esperemos esse tipo de abordagem no mundo em que vivemos, devíamos ficar absolutamente perplexos quando se constata a mesma prática na Igreja. No entanto, um “outro Jesus” tem sido apresentado na mensagem de “outro evangelho”, pelo poder de um falso espírito em muitas igrejas e através destas; o pior é que as pessoas gostam disso. O apóstolo Paulo escreveu sobre esse Jesus substituto ou impostor na sua Carta aos Coríntios: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo [...] Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras” (2 Coríntios 11.3,13-15).

A Bendita Separação

O principal acontecimento nesse cenário do fim dos tempos é a separação daqueles que não nasceram de novo pela fé em Cristo. O apóstolo João declara que “eles saíram de nosso meio” porque “não eram dos nossos” (cf. 1 João 2.19). Essa pode ser considerada a primeira iniciativa não-ecumênica daqueles que não podiam mais se identificar com a verdadeira Igreja. Eles não foram expulsos; pelo contrário, “saíram de nosso meio”.

Sem dúvida isso aconteceu no tempo em que João escreveu tais palavras e é a razão pela qual ele fez um apelo extremamente pessoal aos “filhinhos”. Não se trata de um pronunciamento profético que se cumpriria 2000 anos mais tarde, mas já estava ocorrendo nos dias de João e naquela realidade, conforme se pode ler: “também, agora, muitos anticristos têm surgido” (v. 18).

O apóstolo João expressa seu cuidado em favor dos genuínos crentes em Cristo, os quais, pelo que parece, estavam confusos quanto à situação daqueles que tinham abandonado a comunhão. Mas estes últimos não eram, de fato, crentes em Cristo; eram, porém, o fruto enganoso do espírito do anticristo. Por esse pronunciamento das Escrituras fica claro que o espírito de separação estava presente na Igreja, o que implica que os farsantes não conseguiram permanecer, por muito mais tempo, na presença da verdade ensinada e vivida pelos genuínos crentes na Igreja.

Em Lugar de Cristo

Neste ponto talvez seja necessário explicar que o termo anticristo significa “em lugar de Cristo”. O anticristo é um substituto para o legítimo Cristo. Aqueles que nos dias do apóstolo João criam num Cristo substituto foram os primeiros anticristãos. Ainda que eles usassem o nome de Cristo, se denominassem cristãos e dessem a impressão de seguir as doutrinas da Bíblia, os tais, na verdade, nunca pertenceram a Cristo.

Quando fazemos referência à preparação para a Marca da Besta, temos de ter em mente que não se trata de um fenômeno novo. O anticristo, a Marca da Besta e as coisas de natureza apocalíptica eram tão reais nos primórdios da Igreja como o são na atualidade.

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Nem o anticristo, muito menos a Marca da Besta, foram, até agora, manifestos. É preciso dizer novamente que nosso desejo não é o de fazer especulações sobre a identidade do anticristo, nem sobre o tipo de tecnologia que será utilizada na implementação da Marca da Besta. Todas essas declarações referentes ao anticristo e à Marca da Besta constituem um único pacote; seu conteúdo se aplicava à Igreja nos seus primórdios e se aplica à Igreja nas últimas etapas do fim dos tempos.

O Espírito Santo Desmascara o Anticristo

Fora o que mencionamos, o apóstolo João não oferece nenhuma outra informação sobre o anticristo, exceto o que consta em 1 João 2.20: “E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento”. Essa é, obviamente, a chave que nos possibilita reconhecer e distinguir a verdade e a mentira, a luz e as trevas, Cristo e o anticristo. O Espírito Santo nos ensina todas as coisas: “Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou” (1 João 2.27). O Espírito Santo permanece em nós para sempre; temos de permanecer no ensino do Espírito Santo.

As afirmações “todos tendes conhecimento [...] e não tendes necessidade de que alguém vos ensine” (v. 20,27), talvez requeiram uma pequena explicação. Não quer dizer que nenhum de nós precise de instrução e ensino, antes, significa que o Espírito de Deus nos leva a distinguir entre a verdade e as mentiras.

João não revelou detalhes no que diz respeito ao tempo, contudo, o filho espiritual de Deus visualiza o início e a conclusão: o mesmo Espírito, a mesma doutrina e, não é surpresa nenhum, o mesmo inimigo.

Ao tratarmos da preparação para a Marca da Besta, temos de lidar com a questão de modo uniforme. Aqueles que estavam vivos na época de João e que saíram da Igreja, não receberam literalmente a Marca da Besta, todavia, em termos espirituais, eles já tinham sido marcados, porque não eram da verdade. Eles se encantaram com uma ilusão, um falso Cristo, uma imitação impostora, o anticristo.

A Advertência

Diante dos perigos do engano, a Igreja dos tempos de João e a Igreja de nossos dias deviam prestar muita atenção a esta advertência: “Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai. E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna. Isto que vos acabo de escrever é acerca dos que vos procuram enganar” (1 João 2.24-26).

Repare nas palavras “permaneça”, “princípio” e “permanecereis”. Temos de permanecer desde o princípio – a saber, desde o momento em que nascemos de novo da parte do Espírito Santo e nos tornamos seres eternamente vivos. Desde então, devemos permanecer na fé. Por quê? Respondo com uma palavra: engano, conforme está escrito: “acerca dos que vos procuram enganar” (v. 26). Esse é o espírito do anticristo, que estava bem vivo e ativo nos dias do apóstolo João e está bem vivo e ativo nos dias atuais.

Como é que podemos resistir ao engano? O versículo 27 responde: “Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou”. Percebemos de novo o verbo “permanecer”. O Espírito Santo permanece em nós; Ele nos ensina a distinguir entre a verdade e as mentiras, entre o genuíno e o falsificado.

Meu caro amigo, você já agradeceu ao Pai celeste pelo dom do Espírito Santo? Sem o Espírito Santo seríamos filhos deste mundo os quais não têm esperança nem futuro com Deus; estaríamos em trevas. Porém, ao permanecermos nAquele que permanece em nós, o entendimento da preciosa Palavra se torna límpido e claro; não precisamos de sinais e prodígios, nem de eventos espetaculares ou milagres. Cremos simplesmente no fato que Ele é, e isso basta.

A Espera de Jesus

Será que o apóstolo João esperava pela volta de Jesus? O versículo 28 responde: “Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda”. Observe que João se inclui nas implicações desse texto, ao dizer: “tenhamos confiança”. Ele certamente cria na iminência da volta de Jesus Cristo já naqueles dias.

Por essa razão, a esperança da Segunda Vinda de Cristo nos distingue daqueles que esperam uma vida melhor neste mundo, um tempo melhor, menos criminalidade, mais liberdade, mais justiça e muitas outras coisas que são aqui da Terra. Em outras palavras, se você não está à espera da volta de Jesus, então, já está à espera da manifestação do anticristo. Você está em processo de preparação para receber a Marca da Besta.

Quem é o Anticristo?

O anticristo é a obra-prima de Satanás. Ele é a imitação quase-perfeita de Jesus Cristo. Ele é o governante mundial ao qual as Escrituras se referem como “o filho da perdição”, “o homem da iniqüidade” (João 17.12; 2 Tessalonicenses 2.3); “o iníquo” (2 Tessalonicenses 2.8); o “rei de feroz catadura” (Daniel 8.23); além de ser um negociador brilhante que proporcionará paz ao mundo.

O livro de Daniel nos oferece uma compreensão mais clara sobre o anticristo e seu reino: “Então, ele disse: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços” (Daniel 7.23). O termo “diferente” se repete por várias vezes nesse capítulo de Daniel. Notamos ainda que esse quarto animal não ficará restrito a apenas um lugar, pois “devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços”. Como ele conseguirá fazer isso?

Grande é o seu poder, mas não por sua própria força; causará estupendas destruições, prosperará e fará o que lhe aprouver; destruirá os poderosos e o povo santo. Por sua astúcia nos seus empreendimentos, fará prosperar o engano, no seu coração se engrandecerá e destruirá a muitos que vivem despreocupadamente; levantar-se-á contra o Príncipe dos príncipes, mas será quebrado sem esforço de mãos humanas” (Daniel 8.24-25).

Repare nestas expressões: “causará estupendas destruições”; “fará prosperar o engano”; “no seu coração se engrandecerá”; “destruirá a muitos que vivem despreocupadamente”. Ele é o líder máximo deste mundo; é o retrato vivo da história de sucesso do novo mundo globalizado. Observe também as palavras “caladamente”, “intrigas”, no capítulo 11.21-24: “Depois, se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente e tomará o reino, com intrigas. As forças inundantes serão arrasadas de diante dele; serão quebrantadas, como também o príncipe da aliança. Apesar da aliança com ele, usará de engano; subirá e se tornará forte com pouca gente. Virá também caladamente aos lugares mais férteis da província e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais: repartirá entre eles a presa, os despojos e os bens; e maquinará os seus projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo”.

A palavra “intrigas” (ou “lisonjas”) ainda ocorre nos versículos 32 e 34. O versículo 36 testifica de que ele “será próspero”.

A Bíblia não identifica o anticristo pelo seu nome, nem diz que devamos investigar sua identidade. Mas uma coisa é certa: ele será o homem mais bem sucedido na face da Terra. Os comunistas chineses, os muçulmanos árabes e o “igrejismo” mundial aclamarão o anticristo como o messias do mundo, o grande salvador, um operador de milagres e o homem mais benevolente da história.

O livro de Apocalipse acrescenta estas outras informações: “Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta; e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?” (Apocalipse 13.3-4).

O versículo 8 desse mesmo capítulo afirma: “E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra”. É bom que sejamos bastante cuidadosos em perceber que tal homem e seu sistema são globais, ou seja, não se restringem a um determinado país, povo ou etnia. Com ele, o mundo, finalmente, terá alcançado a paz e a segurança almejadas, porém conhecemos esta advertência predita na Bíblia: “Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição” (1 Tessalonicenses 5.3).

Para aqueles que continuam suas tentativas de identificar o anticristo, minha sugestão é a de que procurem um sujeito legal, uma pessoa que todos vão amar, um líder político sem igual, que promete e cumpre o que prometeu, o qual, conseqüentemente, merecerá não somente a reverência, mas, até mesmo, a adoração do mundo todo. (Arno Froese — Chamada.com.br)

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Arno Froese é o Diretor-Executivo da Obra Missionária Chamada da Meia-Noite nos Estados Unidos. Ele é autor de diversos livros de ampla repercussão. Participou de várias conferências proféticas nos EUA, Canadá, Israel e Brasil. Suas extensas viagens contribuíram para sua aguçada percepção da Profecia Bíblica sob uma perspectiva internacional.

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