Jerusalém, Israel (Domingo, 4 de junho)
Este foi um dia um pouco mais relaxado. Acordamos mais tarde e nos dirigimos diretamente para o aeroporto para pegar nosso voo para o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv. A viagem até aqui tinha sido muito proveitosa e tivemos muito a aprender, mas estávamos todos ansiosos por chegar em Israel. O voo foi curto e logo estávamos em Israel. Para minha esposa e eu havia uma alegria a mais. Nossa filha Rebeca, que está estudando há dois anos em um seminário nos Estados Unidos, estava concluindo um curso de três semanas sobre a geografia e história de Israel. Ela conseguiu coordenar seu retorno para passar uma noite conosco em Jerusalém.
Para quem nunca esteve em Israel é difícil descrever a sensação de chegar ali. É ao mesmo tempo uma sensação de encantamento e de normalidade. Encantamento, pois na curta viagem do aeroporto até Jerusalém, cerca de 45 minutos, passamos pelo vale de Elá onde Davi enfrentou Golias (1Samuel 17). Estar no vale onde uma história tão significativa e também milagrosa ocorreu aquece nosso coração e estimula nossa curiosidade. Por outro lado, há um sentimento de normalidade – Davi e Golias não estão ali, não há um marco onde o gigante caiu, apenas campos agrícolas comuns. Como em tantas situações da vida, precisamos olhar com olhos espirituais para poder “ver” o mover de Deus.
Como em tantas situações da vida, precisamos olhar com olhos espirituais para poder “ver” o mover de Deus.
Uma das passagens que vem à minha mente é Marcos 8.14-21. Nessa passagem, Marcos descreve quando, logo após a segunda multiplicação dos pães, os discípulos cruzaram o mar da Galileia em um barco. Jesus aproveitou o momento para ensinar-lhes lições espirituais, mas eles haviam esquecido de levar pão. Quando Jesus falou para terem “cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”, eles passaram a discutir sobre a falta do pão.
A cena é surpreendente e Jesus os lembra da recente experiência de multiplicação de pães. Como podiam eles estar tão distraídos com a falta de pão que não “viam” ou “ouviam” as lições espirituais de Jesus? Este aponta para o problema real ao confrontá-los, perguntando: “Por que vocês estão discutindo sobre não terem pão? Ainda não compreendem nem percebem? O coração de vocês está endurecido? Vocês têm olhos, mas não veem? Têm ouvidos, mas não ouvem? Não se lembram?”. O problema não era cegueira ou surdez, mas coração endurecido.
Logo no primeiro dia em Israel eu pude perceber como rapidamente meu coração se endurece, como perco as maravilhas de Deus, pois olho com olhos de carne e não com os olhos da fé. Pensei em meu dia a dia e quão rapidamente eu me esqueço dos milagres e passo a considerar comuns eventos e dádivas de Deus que são, na verdade, maravilhosos.
Minha oração é que tanto eu como você possamos abrir nossos olhos da fé e perceber o mover de Deus em nosso dia a dia. Caso contrário, vamos perder lições preciosas, pois estamos discutindo sobre quem esqueceu o pão.