Hierápolis, Turquia (Quinta-feira, 1º de junho) Daniel Lima

Daniel Lima

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Esse foi um dia de várias horas de viagem. Saímos da região do vale do rio Lico e viajamos até a Capadócia. No entanto, antes de nos lançarmos na viagem de várias horas, fizemos mais uma visita, dessa vez à cidade de Hierápolis. Essa cidade é mencionada de passagem em Colossenses 4.13. Na verdade, Colossos, Laodiceia e Hierápolis são três cidades bastante próximas nesse vale. Havia uma igreja em cada cidade, provavelmente fruto do ministério de Epafras. Este, quase certamente, havia sido um discípulo de Paulo e esteve sob seu ensino durante o período em que o apóstolo lecionou em Éfeso.

Hierápolis, conhecida hoje pelo nome turco Pamukkale [Castelo de algodão] é famosa por suas águas termais ricas em minérios. Um produto do acúmulo de séculos desta água é o mármore travertino, também muito conhecido por sua beleza. Outra função dessas águas termais é seu efeito terapêutico. Nesse local pudemos caminhar nas piscinas naturais e experimentar a água bastante quente, assim como a paisagem de uma brancura impressionante, a ponto de parecer neve ou algodão.

No entanto, para nós cristãos, essa paisagem tinha uma lição ainda mais preciosa. Na carta à igreja de Laodiceia, no capítulo 3 de Apocalipse, João registra uma metáfora conhecida e curiosa. Nos versículos 15 e 16 lemos: “Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca”. É uma imagem clara, que, no entanto, se torna ainda mais nítida com uma visita à região. As águas de Hierápolis eram uma de suas riquezas, pois eram terapêuticas e produziam o precioso mármore. Por sua vez, as águas de Colossos eram frias e agradáveis, recebendo riachos que vinham das montanhas. As águas de Laodiceia eram mornas, sem a temperatura e os minerais para torná-las terapêuticas, nem frias e puras para o consumo.

As palavras de Jesus para essa igreja são uma exortação contundente. Ele está a ponto de vomitá-los de sua boca! Isso significa rejeitá-los. Jesus não afirma que ela não tem obras, pelo contrário, afirma que conhece suas obras. No entanto, conhece também seus corações. Assim, sabe que os cristãos daquela igreja não reconheciam sua própria necessidade, mas eram arrogantes e orgulhosos.

Jesus sabe que os cristãos daquela igreja não reconheciam sua própria necessidade, mas eram arrogantes e orgulhosos.

Infelizmente, conhecemos igrejas e cristãos que se comportam como Laodiceia. Talvez exista algo de Laodiceia no coração de cada um de nós. A essência desse pecado está em confundir realizações com devoção. São pessoas que acreditam que, por fazerem muito pelo Senhor, tem intimidade com ele. Fazem muito, mas seu coração está distante, mais preocupado em mostrar suas ações do que em curtir a presença de Deus. Por um lado, há um aspecto encantador em ser usado por Deus. Quem já experimentou ser usado por Deus em um ensino, aconselhamento, ou de qualquer outra forma, conhece a alegria e a sensação de estar envolvido em algo maior do que nós mesmos. Não é difícil se encantar tanto com essa sensação que se passa a buscar repetir a experiência, esquecendo-se do Senhor.

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Jesus nos instrui sobre esse perigo com muita clareza em Mateus 6.2: “Portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem honrados pelos outros. Eu lhes garanto que eles já receberam sua plena recompensa”. Aquele que faz a obra de Deus para aparecer, já recebeu na admiração daqueles que o assistem toda a recompensa que irá receber, ou seja: não receberá de Deus qualquer elogio ou aprovação.

Minha oração é que eu e você estejamos de olho na verdadeira recompensa, ou seja, ouvir do Senhor: “Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!” (Mateus 25.23). Que nosso olhar e nosso anseio sejam pela presença de Deus, por fazer sua vontade como resultado de intimidade com ele, e não para mostrar aos outros. Que nossa alegria seja como Maria, que ao contrário de Marta, escolheu a melhor parte (Lucas 10.42).

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Daniel Lima (D.Min., Fuller Theological Seminary) serviu como pastor em igrejas locais por mais de 25 anos. Também formado em psicologia com mestrado em educação cristã, Daniel foi diretor acadêmico do Seminário Bíblico Palavra da Vida (SBPV) por cinco anos. É autor, preletor e tem exercido um ministério na formação e mentoreamento de pastores. Casado com Ana Paula há mais de 30 anos, tem quatro filhos, dois netos e vive no Rio Grande do Sul desde 1995. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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