Filipos, Grécia (Domingo, 28 de maio)
De Tessalônica, dirigimo-nos a Filipos. Paramos primeiramente em um local que historicamente é identificado com o local de batismo de Lídia. Ali tivemos um tempo devocional e, enquanto cantávamos e ouvíamos uma reflexão, comecei a olhar ao redor e me dei conta de que, apesar das muitas mudanças históricas óbvias, Paulo e Silas já andaram nas margens daquele rio, já olharam aquelas colinas (Atos 16.12 em diante). Naquele lugar, Paulo e Silas, agora acompanhados de Lucas, não encontraram uma sinagoga, mas apenas um grupo de oração nas margens daquele mesmo rio (Atos 16.1-13). Um pensamento que me ocorreu é que Paulo passou por ali seguindo fielmente seu chamado, sem ter ideia de que, quase dois mil anos depois, um grupo de cristãos organizados pela Chamada estaria ali se reunindo para louvor do nome desse mesmo Jesus.
Logo após, entramos no sítio arqueológico de Filipos. Esta sim foi uma experiência ainda mais emocionante. Vimos, por exemplo, um trecho da Via Egnácia, uma estrada romana certamente utilizada por Paulo e que tem mais de 22 séculos. Caminhos pela antiga praça principal onde Paulo e sua equipe eram importunados por uma jovem escrava possuída por um demônio. Ali mesmo Paulo confrontou e expulsou o demônio. Como resultado, foi açoitado e colocado na prisão. Muito do trabalho arqueológico é baseado em suposições, pois, após anos de abandonos e saques, muitas informações foram perdidas. No entanto, parei diante da prisão onde Paulo e Silas louvavam ao Senhor e foram libertos mediante um terremoto.
Muitas vezes, o aparente fracasso ministerial pode abrir muito mais portas do que um ministério bem-sucedido.
Não sei como você se sente com respeito a toda essa história, mas eu me senti emocionado com a constatação de que, após Paulo ter seus desejos frustrados por Deus, ele obedeceu e deu início a uma missão importante em Filipos. No entanto, após libertar uma jovem possuída, tudo parece dar errado! Ele é então injustamente castigado e lançado em um calabouço pequeno e escuro (o local mais parece um buraco). Não sei qual seria sua reação. Eu creio que eu teria uma “discussão” com o Senhor...
Paulo e Silas, machucados (romanos eram especialistas em castigos corporais), dedicam-se a orar e cantar hinos ao Senhor! Fui tocado por uma pergunta que me invadiu a mente: o quanto eu reclamo quando coisas bem mais simples não ocorrem como quero? Paulo e Silas cantavam, e o versículo 25 diz que os outros presos os ouviam. Parece-me que a atitude deles diante da oposição feroz lhes abriu as portas para falar de Cristo aos demais prisioneiros e depois ao próprio carcereiro e sua família.
Durante esta semana, pare e ore para que Deus lhe mostre de que maneira você pode orar e louvar a Deus ao invés de se lamentar de tratamentos injustos, governantes perversos e frustrações ministeriais. Oro para que eu mesmo perceba isso em minha vida. Muitas vezes, o aparente fracasso ministerial pode abrir muito mais portas do que um ministério bem-sucedido.