Fiel à Mensagem do Evangelho
Uma seita é qualquer movimento religioso que tem ensinos e/ou práticas que se afastam das doutrinas do cristianismo histórico e ortodoxo. Esse afastamento significa o abandono, a distorção ou a oposição de doutrinas e ensinos do cristianismo bíblico. Ser ortodoxo significa afirmar as crenças e ensinos que são considerados fundamentais pela maioria dos cristãos desde que a igreja foi formada em Pentecostes, no primeiro século.
Seitas surgem por diversos motivos. Especificamente, seitas se originam ao adicionar-se crenças e ideias espúrias e não ortodoxas à fé cristã. As seitas eliminam certas doutrinas e verdades bíblicas da fé cristã, o que é frequentemente expresso pela negação de ensinamentos bíblicos fundamentais. Elas desenvolvem certas verdades isoladas, e então as distorcem ou as enfatizam em demasia. Seitas tentam combinar várias crenças e fés religiosas em um sistema doutrinário unificado, e prosperam através de completa fraude.
Embora elas afirmem estar alinhadas com o cristianismo, as seitas invariavelmente não acreditam que a salvação seja um presente da graça de Deus, a qual vem até o pecador somente por meio da fé no Senhor Jesus Cristo.
Embora elas afirmem estar alinhadas com o cristianismo, e possam até mesmo confessar crer em Jesus, as seitas invariavelmente não acreditam que a salvação seja um presente da graça de Deus, a qual vem até o pecador somente por meio da fé no Senhor Jesus Cristo. Esses grupos podem até afirmar ensinos que são contrários ao que Jesus ensinou. Eles não afirmam ou reconhecem a Bíblia como a autoridade suprema e final em todas as questões de crença, doutrina e fé.
Embora as seitas afirmem crer em Jesus, elas ensinam que ele não é suficiente para a salvação e, portanto, é preciso fazer outras coisas além de crer nele. As seitas afirmam que a salvação é alcançada por meio de Jesus mais as obras. Quando o livro de Gálatas foi escrito, os judaizantes estavam declarando o mesmo erro: “Creia em Jesus Cristo, mas há também coisas maravilhosas a serem acrescentadas ao que você crê”. Os judaizantes pregavam o evangelho mais a observância da lei de Moisés.
Nos dias atuais, falsificações do evangelho da graça de Deus – por meio da fé em Jesus Cristo – pregam o evangelho “mais” suas ideias e crenças extrabíblicas, sua organização religiosa, seus regulamentos, suas regras e (supostas) revelações especiais. Em resposta a esses falsos ensinos que acrescentam ao evangelho da graça, a Bíblia declara: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu pregue a vocês um evangelho diferente daquele que temos pregado, que esse seja anátema” (Gálatas 1.8).
Na igreja primitiva, um grupo denominado “judaizantes” surgiu, desafiando a liberdade do cristão. A palavra judaizante é derivada do verbo grego ioudaizo, que significa “viver de acordo com os costumes judeus”. A palavra aparece em Gálatas 2.14, onde Paulo confrontou Pedro por forçar os cristãos gentios a se “judaizarem”. Os judaizantes ensinavam que a pessoa recebia a aprovação de Deus conformando-se à lei de Moisés. A doutrina deles era uma combinação da graça (por meio de Cristo) e das obras (obediência à Lei).
Os judaizantes negavam que a salvação (justificação) e a maturidade (santificação) são pela graça mediante a fé em Jesus Cristo. Infelizmente, o falso ensino deles estava influenciando muitos cristãos. Até mesmo hoje, muitos se perguntam se a graça de Deus é verdadeiramente suficiente, de forma que se tornam dependentes de algumas boas obras – apenas para se garantir. Em vez de viver pela fé, muitos que professam ter fé em Cristo avaliam sua suposta justiça por meio da adesão a um conjunto de padrões religiosos. O que as pessoas precisam entender é que lutar para estar “no lado seguro” pode resultar em se estar “no lado errado”.
Gálatas foi escrito para engrandecer a graça de Deus na salvação e para explicar a natureza da liberdade cristã. Em Gálatas 1.1, Paulo se identifica como “apóstolo” (que significa “enviado”). O apostolado de Paulo não era de uma origem secundária, pois viera diretamente “por Jesus Cristo e por Deus Pai”. O único meio de Paulo receber seu apostolado do Senhor Jesus era Cristo ter ressuscitado dos mortos, uma vez que sem ele não haveria evangelho a ser proclamado ou qualquer autoridade apostólica. Embora tenha recebido sua comissão diretamente de Cristo Jesus, o apóstolo não trabalhava sozinho, e por isso reconheceu “todos os irmãos que estão comigo” (v. 2).
A vida cristã também é semelhante a uma corrida, e os cristãos precisam ter certeza de estarem no caminho correto e dirigindo-se ao alvo correto.
Duas coisas são incríveis no livro de Gálatas: a graça de Deus e a tolice daqueles que estavam abandonando o evangelho da graça “para outro evangelho” (v. 6). Exatamente como as seitas de hoje em dia, a combinação de lei e graça dos judaizantes não era nenhuma boa nova, pois era uma distorção da verdade (v. 7). Acrescentar ou subtrair algo da mensagem do evangelho é destruí-la, e é por isso que uma pessoa que proclama um evangelho que exige mais do que a graça de Deus para a salvação merece ser “anátema”, ou amaldiçoada (v. 8-9).
A defesa de Paulo de seu apostolado era crucial, pois Deus revelou a verdade do evangelho através dele (2.1-10). Os crentes atuais são inteiramente subservientes a essa revelação. Falsos mestres estavam influenciando os cristãos para que estes obedecessem à lei de Moisés para sua salvação, o que fez com que Paulo temesse ter “corrido em vão” (v. 2). A vida cristã também é semelhante a uma corrida (v. 1-5; 5.7; 1Coríntios 9.24-27; Filemom 2.16; 3.14; 2Timóteo 4.7-8; Hebreus 12.1-2), e os cristãos precisam ter certeza de estarem no caminho correto e dirigindo-se ao alvo correto. Os judaizantes estavam tentando colocar os crentes verdadeiros em cativeiro e, assim, desviá-los (Gálatas 5.7). Deus confiou o evangelho da graça ao seu povo, e este precisa guardá-lo e compartilhá-lo com outros (2.6-10).
Deus não procurou os que são “de maior influência” (Gálatas 2.6); pelo contrário, ele procura aqueles que são ministros e encarregados fiéis (1Coríntios 4.1-2). Qual é o requisito para ministros? A única coisa que realmente importa para eles é ser encontrado fiel àquele cuja propriedade é administrada. Deus é aquele a quem todos os servos devem prestar contas, pois o sucesso será julgado apenas por ele (1Coríntios 3.2-5). Entender que o serviço a Deus é uma responsabilidade concedida por ele para ser administrada em seu nome é indispensável.
Quando há a possibilidade de que outra pessoa esteja prejudicando o seu ministério fiel, é frequentemente necessário confrontar esse indivíduo para garantir que tudo o que você realizou não seja desfeito. A explicação pessoal de suas intenções pode gerar bênção, em vez de desacordo. Quando seus objetivos são rejeitados, você se encontrará em conflito, contudo, é prudente seguir o exemplo bíblico de confrontação visto em Gálatas 2. Sempre haverá indivíduos que espalham falsidades, todavia, os ministros de Deus nunca devem abandonar a verdade. Confrontar o erro é sempre necessário; mas não negligencie a unidade dos crentes verdadeiros (cf. Efésios 2.11-22).
Embora seja fácil entrar em conflito ao promover uma boa causa e ao combater o erro por amor aos princípios bíblicos, é sábio acolher com alegria todos aqueles que estão de acordo com você. Divisões artificiais e desnecessárias frequentemente surgem devido ao zelo de alguém por aquilo que é verdadeiro. Paulo se opôs a Pedro, mas também reconheceu que Deus “operou eficazmente em Pedro” e “operou eficazmente” também nele (Gálatas 2.8).