Como reagir ao conflito em Israel?

Daniel Lima

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As cenas se repetem, luzes cruzam o ar noturno, explosões lançam ao ar nuvens de fumaça enquanto construções desabam, famílias são filmadas (e expostas) em seu momento de dor e desespero diante dos ataques... Junto com essas cenas, assistimos pessoas comentando, muitas sem nenhum critério além de suas emoções, outras tendenciosas em suas análises e poucos com alguma objetividade. Com o tempo, corremos o risco de bloquear nosso coração ao sofrimento que ocorre no conflito entre Palestina e Israel. Contudo, como podemos encarar e, ainda mais, como podemos orar pelo que vemos ali?

Para nós, cristãos, toda análise nasce de nossa perspectiva de vida, ou “cosmovisão”. De que modo vemos a vida? Mais importante: de que modo a nossa fé informa o que assistimos para que nossas reações sejam representativas do nosso compromisso com o Senhor Jesus? Existem muitas opiniões e muita controvérsia; no entanto, também há algumas unanimidades para todo cristão que respeita a Bíblia:

O povo de Israel tem um papel não só histórico, mas futuro no plano de Deus. Cremos que o reestabelecimento do Estado de Israel é cumprimento de profecia e prepara o mundo para o período final da história da humanidade. Isso não significa que tudo que o presente Estado de Israel faz representa a vontade de Deus. Israel é um Estado secular e suas ações e decisões são movidas por interesses deste mundo. O verdadeiro Reino prometido será efetivado quando Jesus estiver reinando e isso certamente é um evento futuro.

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  1. Palestinos são um povo que vem sendo formado ao longo de muitos anos. No entanto, a teoria de que são descendentes dos filisteus é uma fantasia sem qualquer valor histórico. Como país, a Palestina não existia até o surgimento do Estado de Israel. O que existia antes era meramente uma região governada por uma potência estrangeira sem representação da população (de maioria árabe). Sendo assim, a acusação de que Israel “roubou” a terra dos palestinos não faz sentido, já que a terra nunca foi governada por eles. A extensão dos territórios de Israel hoje é fruto de sucessivos conflitos armados, iniciados majoritariamente pelos povos árabes.

  2. A história da nação de Israel é sobre Deus, sua misericórdia, sua justiça e sua graça, não sobre as virtudes do povo judeu.

    Tanto um povo (israelenses) como o outro (palestinos) têm direito a um território onde possam buscar desenvolver um país com governo, cultura e interesses próprios. O povo palestino vive atualmente dividido entre dois governos (Autoridade Nacional Palestina e Hamas) que se enfrentam não só politicamente, mas também em estrutura de governo, política e economia. Autoridade Nacional Palestina e Hamas são de fato dois governos que buscam legitimar sua autoridade sobre o povo palestino.

  3. É impossível determinar quem começou a guerra. A pergunta teria de retomar eventos anteriores a 1948, quando foi criado o Estado de Israel. A terra foi prometida por Deus ao povo de Israel. Na verdade, a tensão está sempre presente. Israel busca seus interesses enquanto usa de limites e parâmetros democráticos. O Hamas não usa tais restrições, uma vez que tem em seus documentos fundamentais o extermínio do Estado de Israel. Dessa forma, ações de Israel frequentemente serão vistas como provocação pelos palestinos – tomadas isoladamente, realmente podem parecer. Ao mesmo tempo, o Estado de Israel hoje é uma realidade e tem todo o direito de se defender (não é incrível ter de afirmar isso?).

Então, como orar? Devido ao papel que entendemos que Israel tem no final dos tempos, é comum e correto termos uma grande admiração por esse povo. No entanto, Israel é o palco onde Deus mostra seu poder e seu caráter. A história da nação de Israel é sobre Deus, sua misericórdia, sua justiça e sua graça, não sobre as virtudes do povo judeu. Minha oração é que você e eu estejamos comprometidos primeiramente com Deus e, em consequência, estejamos comprometidos com todos os envolvidos nestes conflitos que apontam para os tempos finais. Eu tenho desenvolvido uma lista de oração que talvez seja útil também a você.

  1. Ore pela paz de Jerusalém (Salmos 122.6);

  2. Ore pela conversão de israelenses e palestinos (Lucas 24.47);

  3. Ore para que a igreja ao redor do mundo demonstre amor tanto por um povo como pelo outro (Mateus 24.14);

  4. Ore para que o povo palestino tenha um governo que realmente se preocupe com seu bem-estar ao invés de continuar em sua cruzada terrorista (1Timóteo 2.1-2);

  5. Ore para que o Estado de Israel não se aproveite de seu poderio para oprimir os já tão sofridos palestinos (Isaías 1.16-17);

  6. Ore para que toda pessoa envolvida em atos de terror seja impedida e se arrependa de seus caminhos (Mateus 6.32-36).

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Daniel Lima (D.Min., Fuller Theological Seminary) serviu como pastor em igrejas locais por mais de 25 anos. Também formado em psicologia com mestrado em educação cristã, Daniel foi diretor acadêmico do Seminário Bíblico Palavra da Vida (SBPV) por cinco anos. É autor, preletor e tem exercido um ministério na formação e mentoreamento de pastores. Casado com Ana Paula há mais de 30 anos, tem quatro filhos, dois netos e vive no Rio Grande do Sul desde 1995. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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