Como a submissão fortalece nossa fé

Daniel Lima

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O ser humano já nasce com uma busca por autonomia. Quando crianças, sonhamos em crescer e tomar conta de nosso próprio nariz; queremos ter nossa vida, tomar nossas decisões, ter nossa casa, dirigir nosso carro e assim por diante. Não demora muito para que compreendamos que autonomia tem um preço alto. Não é incomum enfrentarmos ansiedade diante de tantas decisões. Ainda assim, resistimos a ter alguém tomando decisões por nós, especialmente quando não concordamos com essas decisões.

No entanto, quando pensamos em termos da fé cristã, a submissão é um elemento fundamental. “Fé” significa confiar em Deus de forma a nos submetermos às suas decisões. Seguir a Jesus é abdicar da decisão de fazermos nossas próprias escolhas o tempo todo. Talvez um dos textos mais claros sobre esse tema está em Mateus 11.28-30:

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”

O convite de Cristo é gentil e amoroso. Ele não só reconhece nosso cansaço, mas promete descanso. O convite é para quem está cansado, sobrecarregado das inesgotáveis decisões e escolhas. Na verdade, estas escolhas e decisões são um resultado da própria queda. Quando Adão e Eva decidem tomar do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, eles estão afirmando que desejam tomar essas decisões. Não querem mais confiar em Deus para determinar o que é o bem e o mal, mas eles mesmos querem ser os árbitros de suas escolhas.

O convite de Jesus é para que deixemos que ele tome as decisões.

Reparem, no entanto, que o convite de Jesus não é o tão popular “siga seu coração”! O convite de Jesus é para que tomemos o jugo dele. Em qualquer cultura, o jugo é um instrumento limitador. Seu propósito é alinhar um animal a outro. Sua função é direcionar quem “toma” o jugo. A imagem é clara. O convite de Jesus é para que deixemos que ele tome as decisões.

Essa condição limitadora é acompanhada de uma promessa fabulosa: descanso para suas almas! O fim da ansiedade, do estresse e do cansaço da vida não é mais liberdade de expressão ou escolha humana. Basta olharmos para a história: praticamente todo regime político que se levantou em prol da liberdade terminou em pouco tempo com opressão e controle. Isso não significa que não devamos lutar por liberdade, mas que devemos compreender que o cansaço, a falta de esperança, não se resolve com mais autonomia, mas com submissão.

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Por fim, Jesus completa dizendo que seu jugo é suave, pois é ele quem “efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Filipenses 2.13), e que seu fardo é leve. É importante observar que, mesmo leve e suave, ainda são jugo e fardo. Ele nos convida a segui-lo e aí reside a maior resistência do ser humano. Queremos autonomia, queremos decidir nossas próprias vidas, queremos decidir o que é certo e o que é errado.

Submissão é uma atitude de coração. Precisa ser voluntária, fruto de um encontro com Jesus e do reconhecimento de que a vida em submissão a ele é muito melhor.

Submissão é uma atitude de coração. Ninguém pode obrigar outro a se submeter – pelo menos não uma submissão de coração. Esta precisa ser voluntária, fruto de um encontro com Jesus e do reconhecimento de que a vida em submissão a ele é muito melhor. Nesse sentido a submissão fortalece nossa fé, pois, para me submeter, tenho de crer que a direção de Deus é a melhor, mesmo que contrarie minha própria escolha. O que Deus tem para mim é melhor que meus sonhos mais encantadores. Ao decidir me submeter a ele, estou dando um passo de fé; estou vivendo na crença de que ele tem o melhor para mim, mesmo que eu não veja ou não compreenda. Submeter-se é – verdadeiramente – um ato de fé.

Minha oração é que, nesta semana, tanto você quanto eu exerçamos a desafiadora disciplina da submissão. Pessoalmente, toda vez que eu me submeti, Deus me abençoou; e toda vez que me rebelei, sofri as consequências de minhas próprias escolhas. Leia e reflita nos versos 9 e 10 do salmo 32:

“Não sejam como o cavalo ou o burro, que não têm entendimento mas precisam ser controlados com freios e rédeas; caso contrário não obedecem. Muitas são as dores dos ímpios, mas a bondade do Senhor protege quem nele confia.”

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Daniel Lima (D.Min., Fuller Theological Seminary) serviu como pastor em igrejas locais por mais de 25 anos. Também formado em psicologia com mestrado em educação cristã, Daniel foi diretor acadêmico do Seminário Bíblico Palavra da Vida (SBPV) por cinco anos. É autor, preletor e tem exercido um ministério na formação e mentoreamento de pastores. Casado com Ana Paula há mais de 30 anos, tem quatro filhos, dois netos e vive no Rio Grande do Sul desde 1995. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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