Bereia e Tessalônica, Grécia (Sábado, 27 de maio)
Fazendo, por questão de conveniência, o caminho contrário da viagem missionária de Paulo, embarcamos de Atenas para a região norte da Grécia. Ali passamos por Bereia. O sítio arqueológico local é pequeno e muito alterado por momentos posteriores. No entanto, pode-se identificar três degraus do “Bema”, local de julgamento romano na cidade. Naquele lugar, uma vez mais me deparei com a realidade do poder da Palavra de Deus. Ali os ouvintes checavam as palavras de Paulo com as Escrituras (Atos 17.11). Há nesse local uma estátua de Paulo. Apesar de estilizada e bastante recente, o apóstolo parece ganhar mais e mais vida em minha mente.
Dali saímos em direção a Tessalônica. A cidade em si tem poucos vestígios da passagem de Paulo em termos arqueológicos. Tendo sido ocupada pelo Império Otomano por vários séculos, apesar de historicamente inegável, os marcos arqueológicos são escassos. Em Atos 17.1-10, lemos que Paulo começou seu ministério pregando na sinagoga, de acordo com sua estratégia. No versículo 4 do capítulo 17 de Atos lemos: “Alguns dos judeus foram persuadidos e se uniram a Paulo e Silas, bem como muitos gregos tementes a Deus e não poucas mulheres de alta posição”.
Já vimos em meu artigo sobre Atenas que, toda vez que a Palavra é pregada, os ouvintes vão se dividir entre zombadores, procrastinadores e convertidos. Aqui vemos o mesmo fenômeno. Alguns judeus aceitaram a mensagem de Paulo, mas seu maior impacto foi sobre os gregos tementes a Deus. Estes eram gentios que, tendo se interessado pelo Deus de Israel, aproximavam-se do judaísmo, mas não haviam ainda dado o passo para tornar-se prosélitos.
Se os “tementes a Deus” se interessaram, os judeus ficaram com inveja. No versículo 5 lemos: “Mas os judeus ficaram com inveja. Reuniram alguns homens perversos dentre os desocupados e, com a multidão, iniciaram um tumulto na cidade. Invadiram a casa de Jasom, em busca de Paulo e Silas, a fim de trazê-los para o meio da multidão”.
A oportunidade do evangelho é dada a todos, no entanto, alguns não só a rejeitam, mas afastam-se mais e mais de Deus.
Lembrando de toda a história, refleti que a oportunidade é dada a todos. No entanto, alguns não só a rejeitam, mas seguem dando passos nessa direção, afastando-se mais e mais de Deus. Por fim, sem ter argumentos, apelam para a mentira. Não é sem razão que Pedro nos alerta em 1Pedro 3.15-16:
“Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias”.
Paulo caminhava com grande intimidade com o Senhor, no entanto, mesmo assim foi falsamente acusado. Como não encontraram nada contra ele, inventaram algo. Minha oração é que tanto eu como você possamos seguir sempre aproveitando as oportunidades que Deus nos der de explicar por que confiamos em Cristo, mas que o façamos de tal forma que os outros tenham de apelar para mentiras se quiserem “falar maldosamente” de nosso procedimento.