A brevidade da vida

O fato de que temos apenas uma vida não levantaria o mesmo sentimento de urgência se aquela vida se estendesse por um milênio ou por quinhentos anos ou mesmo por dois séculos. Mas, quando reconhecemos que nenhum de nós estará vivendo aqui na terra daqui a cem anos, e a maioria de nós nem metade deste tempo, quem poderá ficar inabalado pela velocidade de tudo isso?

Quanto tempo você espera viver? A expectativa média da vida como apresentada na Bíblia é de setenta anos (Salmos 90.10). Suponha, por um instante, que você irá viver por tanto tempo! Primeiramente, é preciso deduzir deste número a idade que se tem no momento. Isso nos dará o número de anos que ainda restam que se pode esperar viver. Mas, mesmo desse dado, é necessário subtrair o tempo que será passado dormindo, no emprego, em deveres necessários, em doenças e em incapacidade. Quanto você terá, então, de serviço livre e desembaraçado para Jesus Cristo? A resposta é: “Não muito!”.

A Escritura esgota a linguagem da ligeireza para descrever a brevidade da vida.

Moisés a compara a um sono. Davi fala dela como uma sombra. Jó a compara à lançadeira de um tecelão. Tiago pensa nela como um vapor. Pedro a vê como a erva que murcha.

A Escritura esgota a linguagem da ligeireza para descrever a brevidade da vida.

Rápida e implacavelmente, ela vem e se vai, e com ela todas as suas brilhantes oportunidades.

O necrotério, o caixão e o túmulo zombam de nossa atitude complacente de residência permanente aqui. Nenhum dia se passa sem sua lembrança de que “o berço e o caixão são feitos da mesma árvore”.^[1]

Se for objetado que a perspectiva do cristão não é a morte, mas a volta do Senhor, então o argumento em favor da incerteza da vida é apenas fortalecido, pois, embora alguns de nós possam ter uma expectativa de várias décadas antes que a morte chegue, devemos reconhecer que a vinda do Senhor é iminente e que o tempo que nos resta pode ser menos do que uma hora. Os desenrolares políticos e o declínio moral juntam-se com a palavra profética para anunciar a iminência da sua aparição.

O que é que isso significa? Simplesmente isto: que qualquer um que pensa em viver para Deus não tem tempo a perder; que deve olhar para cada minuto como sendo um depósito sagrado; que deveria considerar cada hora como sendo de imensurável valor; que deveria saber que há de enfrentar os atos de cada dia, outra vez, no tribunal de Cristo.

Toda manhã, uma jovem escrava dizia a Filipe da Macedônia: “Filipe, lembra-te que morrerás!”. Ele viveu cada dia à luz daquele fato inevitável.

Cada manhã, o Espírito Santo quer nos relembrar através da Bíblia que nós também somos “coisas perecíveis de barro, nascidos apenas para um breve dia”. Nós também devemos viver as nossas vidas à luz da eternidade.

Ajuda-me a compreender o valor destas horas;
Ajuda-me a ver a tolice de desperdiçar;
Ajuda-me a confiar no Cristo que por mim sofreu
E a ele sem reservas me entregar.^[2]

Notas

1. Will Houghton, By Life Or By Death. Publicado com permissão de George S. Schuler (Hope Publishing Company, 1938).
2. Houghton, By Life Or By Death.

Compartilhe: