O preço da redenção (1.18-21)

Norbert Lieth

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“Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver, transmitida por seus antepassados, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito, conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de vocês. Por meio dele vocês creem em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e o glorificou, de modo que a fé e a esperança de vocês estão em Deus” (1Pedro 1.18-21).

Quanto valor temos aos olhos de Deus? Quanto vale a sua alma? Deduz-se o valor de algo pelo seu preço.

Os filhos de Deus foram redimidos pelo preço máximo que Deus poderia pagar – com o precioso sangue de Cristo. Jesus entregou sua vida divina para nos dar a vida eterna.

O próprio Senhor perguntou certa vez “o que o homem poderia dar em troca de sua alma?” (Marcos 8.37). Em outra ocasião, ele disse: “Como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar na sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.28). E o apóstolo Paulo acrescenta: “O qual se entregou a si mesmo como resgate por todos” (1Timóteo 2.6a).

Ao fazer isso, ele nos resgatou de algo bem definido: por um lado, dos nossos atos pecaminosos; por outro, do pecado hereditário – “da sua maneira vazia de viver, transmitida por seus antepassados” (verso 18).

Jesus entregou sua vida divina para nos dar a vida eterna.

Se alguém nunca pecasse (algo impossível), ainda assim a pessoa seria pecadora por ter nascido em pecado, e este é, afinal, também o motivo pelo qual pecamos. É por isso que Jesus precisou nos resgatar do pecado hereditário.

No momento em que alguém crê em Jesus e assume para si o sacrifício dele, há completa liberdade de todas as vinculações com seus antepassados, e por isso também não precisa mais ser explicitamente absolvido daquilo.

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Jesus é o Cordeiro sem mancha e sem defeito. Ele mesmo não nasceu em pecado porque não foi gerado por um homem. Ele nunca cometeu pecado. Por isso o seu sangue pode servir de resgate para nós.

É claro que um “cordeiro sem mancha e sem defeito” era algo conhecido para os judeus por causa da Páscoa, e talvez Pedro também pensasse aí em duas declarações de Isaías bastante sugestivas:

“Pois assim diz o Senhor: ‘Vocês foram vendidos por nada, e sem dinheiro vocês serão regatados’” (Isaías 52.3). Pedro escreveu que eles não foram redimidos por meio de “prata ou ouro” (verso 18). Como então? A resposta está no capítulo seguinte: “Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca” (Isaías 53.7).

Pedro afirma que ele foi “conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de vocês” (verso 20). Com a vinda de Jesus ao mundo, os tempos finais começaram. Portanto, com toda a certeza vivemos nos últimos tempos. O uso do plural “nestes últimos tempos” indica que há vários tempos: o tempo da primeira vinda de Jesus, o tempo da graça durante a era da igreja (Pentecostes), o tempo da grande tribulação depois da era da igreja, o retorno de Jesus e o tempo do seu reino na terra.

Embora Deus soubesse antes que o homem cairia em pecado, ele não abandonou seu propósito de criá-lo, mas em Cristo já tomou de antemão a decisão de salvá-lo.

Mas como Jesus já foi escolhido antes da fundação do mundo para ser o Cordeiro de Deus em favor dos pecados dos homens? Porque Deus é onisciente e porque nada pode surpreendê-lo.

Embora Deus soubesse antes que o homem cairia em pecado, ele não abandonou seu propósito de criá-lo, mas em Cristo já tomou de antemão a decisão de salvá-lo. Somente Deus, por ser inteiramente amoroso, pode executar algo assim. Alguma vez ele nos abandonaria?

Depois da nossa queda em pecado, Deus não precisou sair em busca de uma solução para o problema. Ele sempre teve tudo sob controle. Isso também vale para nós hoje. Deus sempre já está a postos antes de nós chegarmos a algum lugar. Como o Senhor tem tudo sob controle, não precisamos ficar prostrados, mesmo se tropeçarmos às vezes.

Acerca disso há uma citação notável e encorajadora:

Você considera a si mesmo uma lata velha. Acha que é alguém inútil para Deus e incapaz de viver. Isso, porém, evidentemente não é motivo para logo se desesperar. Afinal, mesmo a lata mais desprezível pode tornar-se muito valiosa graças a algum conteúdo precioso. Se Deus mesmo habitar em você por meio do seu Espírito e realizar em você o que você, por si mesmo, não consegue ser, então, por meio dele – lata velha ou não – você é um ser humano infinitamente valioso.[1]

O versículo 21 desmascara como mentirosa a tese de que muitos caminhos conduzem a Deus. Podemos crer em Deus apenas por meio de Jesus. Uma fé em Deus sem Jesus não nos leva ao Deus verdadeiro. Como Jesus é a palavra (logos), essa fé em Deus requer a fé integral em toda a Escritura Sagrada.

A morte de Jesus, sua ressurreição e seu retorno em glória proporcionam uma viva esperança a todo o que crer. Jesus abre a visão para Deus e proporciona esperança e segurança à fé.

 

Nota

  1. Hans-Joachim Eckstein, Wertschätzungen: Gedanken, Gedichte und Gebete (Holzgerlingen: SCM Hänssler, 2020), p. 25.

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Norbert Lieth nasceu em 1955 na Alemanha, sendo missionário na América do Sul entre 1978 e 1985. Casado, tem 4 filhas. Hoje faz parte da liderança da Chamada da Meia-Noite em sua sede, na Suíça. O ponto central de seu ministério é a palavra profética, sendo autor de diversos livros e conferencista internacional. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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