Mais sobre a conduta geral do cristão (2.12)

Norbert Lieth

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Em 1Pedro 2.12, lemos: “Tendo conduta exemplar no meio dos gentios, para que, quando eles os acusarem de malfeitores, observando as boas obras que vocês praticam, glorifiquem a Deus no dia da visitação”.

Para os judeus, o termo gentios ou nações não significava primariamente “descrentes”, mas “não-judeus”. Como Pedro escreveu a judeus que viviam na Diáspora (1.1), fica claro o que ele queria dizer, e é importante manter isso em mente. Mas é claro que, para além disso, aquilo também se aplica a todos os cristãos que vivem nesta terra como estrangeiros.

Uma boa conduta e boas obras fazem parte do cristão tal como sua vestimenta. Sem boas obras, o cristão está nu e não passa da teoria. A Bíblia ensina que primeiro vêm as obras; depois, as palavras.

“Venham e vejam as obras de Deus... Venham e escutem, todos vocês que temem a Deus, e eu contarei o que ele tem feito por minha alma.” (Salmo 66.5,16)

Primeiro vem a vista; depois, a narrativa. Assim também é nos seguintes versículos do Novo Testamento:

“Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar... Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos... Em Jope havia uma discípula chamada Tabita, nome este que, traduzido, é Dorcas. Ela era notável pelas boas obras e esmolas que fazia.” (At 1.1; 4.20; 9.36)

Uma boa conduta é uma potente arma de defesa contra os ataques dos difamadores. Os cristãos judeus da época não participavam mais de práticas pagãs, razão pela qual eram difamados como malfeitores. Eram acusados de desprezo pelos costumes não-judeus e de transgressão das suas leis, ordens e governos.

Os cristãos não participam mais das práticas pecaminosas normais aos olhos do mundo. Por isso são então condenados.

Uma boa conduta é uma potente arma de defesa contra os ataques dos difamadores.

As boas obras dos cristãos são uma potente arma contra essas difamações. De acordo com o que Pedro diz aqui, a conduta de cristãos traduzida em boas obras pode até levar pessoas a crer em Jesus. Assim, difamadores podem transformar-se em pessoas que exaltam a Deus. Portanto, boas obras não são algo que se despreze. Alguém expressou isso assim: “Nós mesmos sentimos que aquilo que fazemos é apenas uma gota no oceano. Contudo, se essa gota não estivesse no oceano, este seria menor, porque aquela gota faria falta”.

Algo semelhante é o que Pedro recomenda às mulheres ao dizer-lhes que ganhem seus maridos “sem palavra alguma” (1Pedro 3.1).

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Embora as boas obras não nos levem para o céu, talvez conduzam outros para lá. Por meio de boas obras, as pessoas tornam-se receptivas ao evangelho. Romanos 10.15 diz: “E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: ‘Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!’”. A respeito deste versículo, Jean Koechlin diz o seguinte em sua Bíblia comentada: “O versículo 15 nos mostra o modo pelo qual os crentes devem pregar: não só por palavras, mas também pela ‘amabilidade da sua conduta’”.

Nesse sentido, a conduta de Estêvão provavelmente também contribuiu para que Saulo, que inicialmente fora um acusador de Estêvão, mais tarde se convertesse e louvasse a Deus.

Quanto à segunda metade do versículo 12 – “observando as boas obras que vocês praticam, glorifiquem a Deus no dia da visitação” –, temos um jogo de palavras. Primeiro, os descrentes acusaram os cristãos de serem malfeitores. O termo “malfeitores” significa aqui criminosos culpados perante a lei. Tratava-se, portanto de uma efetiva acusação. No futuro, porém, as condições se inverterão e se tratará de precisar responder diante do tribunal de Deus, e ali então aqueles que acusaram os cristãos deverão louvar a Deus no dia da sua investigação (“visitação”).

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Norbert Lieth nasceu em 1955 na Alemanha, sendo missionário na América do Sul entre 1978 e 1985. Casado, tem 4 filhas. Hoje faz parte da liderança da Chamada da Meia-Noite em sua sede, na Suíça. O ponto central de seu ministério é a palavra profética, sendo autor de diversos livros e conferencista internacional. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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