Como superar o sofrimento: parte 1 (4.12-19)

Norbert Lieth

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A passagem de 1Pedro 4.12-19 fornece várias instruções sobre como podemos superar as provas de fogo da vida.

Por meio de uma postura adequada

“Amados, não estranhem o fogo que surge no meio de vocês, destinado a pô-los à prova, como se alguma coisa extraordinária estivesse acontecendo” (1Pedro 4.12)

Antes de tudo, somos informados de que cada filho de Deus é amado. O Senhor mantém um relacionamento pessoal com cada um dos seus filhos, e tribulação nenhuma poderá turvar esse relacionamento.

Na ocasião em que esta carta foi escrita (c. 64 d.C.), Nero havia incendiado a cidade de Roma e atribuído a culpa disso aos cristãos, o que fez desabar uma grande perseguição sobre eles. Cristãos foram queimados, lançados às feras e crucificados. É provável que Pedro esteja aludindo a essas ocorrências quando fala no “fogo... destinado a pô-los à prova”. Ao mesmo tempo, porém, isso se torna uma designação para todas as tribulações.

De modo similar ao capítulo 1.6-9, esta passagem trata primariamente das atribulações históricas dos cristãos. Depois ela aponta profeticamente para a grande tribulação, em cujo término o Senhor retornará em glória – “para que também, na revelação de sua glória, vocês se alegrem, exultando” (verso 13). Ali haverá um grande consolo para os crentes atribulados. Por fim, então, o texto trata de todas as tribulações de todos os cristãos de todos os tempos.

A participação nos sofrimentos de Jesus abriga alegria porque focaliza a meta final dos sofrimentos de Jesus e permite saber que seremos incluídos na glória dele.

Hoje também há grande perseguição a cristãos ao redor do mundo. Basta lembrarmos da Coreia do Norte ou de alguns países islâmicos. Outros sofrem em suas famílias, no emprego ou por meio de doenças ou desastres – e Deus parece não intervir. Em lugar disso, ele nos avisa: contem com todo tipo de tribulação sobrevindo a vocês. Não pensem que isso seja excepcional, não pensem que a tribulação seja algo estranho – estranho seria vocês não precisarem sofrer. Também não pensem que se trata de um castigo – não: faz parte do programa que tenho para vocês.

Com alegria

“Pelo contrário, alegrem-se na medida em que são coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vocês se alegrem, exultando” (1Pedro 4.13).

Não seria pedir muito? Afinal, como se não bastasse precisar suportar os sofrimentos, não seria um pouco exagerado receber ainda o apelo de se alegrar com isso? Quem se alegraria por ter de passar por algum sofrimento profundo, humilhação, perseguição, desprezo ou escárnio diante de doenças ou luto?

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A alegria não consiste em suportar a dor – isso seria sadismo –, mas, em meio à esperança dolorosa, receber a visão da revelação de Jesus com a glória que a acompanha e da qual se poderá participar. Essa glória é tão real, tão garantida, que traz suporte ao nosso sofrimento na forma de alegria. Pedro já havia dito antes:

“Para que, uma vez confirmado o valor da fé que vocês têm, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado pelo fogo, resulte em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo... crendo nele, exultam com uma alegria indescritível e cheia de glória” (1Pedro 1.7-8).

Toda prova de fogo visa à meta eterna de glória. A participação nos sofrimentos de Jesus abriga alegria porque focaliza a meta final dos sofrimentos de Jesus e permite saber que seremos incluídos na glória dele. O fim será alegria eterna, e por isso já podemos nos alegrar agora.

“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Romanos 8.18; veja 2Coríntios 4.17).

O teólogo Jean Koechlin escreveu a respeito da alegria de Paulo que ele expressa na carta aos Filipenses, embora esteja na prisão em Roma:

“Nada rouba a sua alegria porque Cristo não lhe pode ser tirado por nada. [...] Se o Senhor nos bastar, aprenderemos como Paulo a estar contentes em todas as circunstâncias: com sucesso ou em dificuldade, na saúde ou na doença, na alegria ou na tristeza”.

A tribulação faz parte da vocação. A tribulação confirma a vocação. Por isso, podemos alegrar-nos em meio a ela.

Paulo insiste em destacar a alegria em suas tribulações (Filipenses 2.17; Colossenses 1.24; 2Coríntios 2.3; 7.4). Por quê? Porque essas tribulações confirmavam sua vocação: “Pois eu mesmo vou mostrar a ele quanto deve sofrer pelo meu nome” (Atos 9.16).

A tribulação faz parte da vocação. A tribulação confirma a vocação. Por isso, podemos alegrar-nos em meio a ela.

Certa vez oramos com uma senhora gravemente enferma. Mais tarde ela disse: “E se eu não sarar, também não ficarei decepcionada, pois sei para onde vou”.

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Norbert Lieth nasceu em 1955 na Alemanha, sendo missionário na América do Sul entre 1978 e 1985. Casado, tem 4 filhas. Hoje faz parte da liderança da Chamada da Meia-Noite em sua sede, na Suíça. O ponto central de seu ministério é a palavra profética, sendo autor de diversos livros e conferencista internacional. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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