Atitude espiritual em meio ao sofrimento: parte 2 (3.13-17)
Continuando a escrever sobre a atitude que os cristãos precisam ter em meio aos possíveis sofrimentos da vida, Pedro afirma: “Pelo contrário, santifiquem a Cristo, como Senhor, no seu coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que vocês têm. Mas façam isso com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam mal de vocês, fiquem envergonhados esses que difamam a boa conduta que vocês têm em Cristo” (versos 15-16).
A fidelidade é um assunto do coração. Para um cristão é decisivo saber como está seu coração diante de Deus. Ele pode estar consciente de que foi separado, isto é, santificado para Deus e o seu reino. Ao invés de se desesperar e ficar temeroso diante das injustiças dos homens, ele deve se manter consciente de que o Senhor é o onipotente Deus. Em meio ao sofrimento, ele deve concentrar-se em Deus – isso o fortalecerá e o firmará.
Ao mesmo tempo, o cristão deve ser fortalecido nesse poder e estar disposto a constantemente prestar contas de sua fé. Vemos isso na vida de Pedro, como ele prestou contas da sua fé diante do Sinédrio (Atos 4–5). Paulo também fez isso perante os líderes dos judeus, diante de Agripa, Festo, Félix, os governantes no exterior e até mesmo diante de César, em Roma. Deveríamos nos exercitar para podermos prestar contas sobre a nossa viva esperança diante das pessoas que nos molestam, ofendem ou desafiam. Seria bom se pudéssemos responder de modo apologético (em defesa da fé).
Precisamos agir com mansidão, como Jesus agiu, e com respeito.
Para tanto, é necessário que conheçamos as Escrituras, para podermos apontar para a sua confiabilidade, para a unicidade de Jesus e mostrar que, em Cristo, Deus proporcionou a salvação vinda do Alto, a qual é incomparável e que não é encontrada em nenhuma outra religião. É necessário que saibamos explicar o evangelho de maneira compreensiva.
Isso deve acontecer com mansidão e respeito. Temos a tendência de sufocar o outro com argumentos, de erguermos a voz e talvez até de ofender aquele que não concorda conosco. Ao invés disso, precisamos agir com mansidão, isto é, com Jesus agiu, e com respeito. Assim, não devemos enfrentar aquele que nos desafia devolvendo na mesma moeda ou provocando-o, mas demonstrar respeito, seriedade e mesmo assim apresentar argumentos sábios para a fé, de modo que isso possa proporcionar uma reação positiva em quem pensa diferente.
Certamente será impossível convencer um muçulmano se eu apontar para as fraquezas de Maomé, para as contradições do Alcorão e para a violência comum no islã. Mas, antes disso, é preciso apresentar-lhe a grandiosidade da Bíblia e os privilégios que temos em Jesus Cristo, tudo isso sem ser arrogante.