Apelos à liderança da igreja (5.1-4)

Norbert Lieth

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Em 1Pedro 5.1-4, lemos: “Aos presbíteros que há entre vocês, eu, presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo e, ainda, coparticipante da glória que há de ser revelada, peço que pastoreiem o rebanho de Deus que há entre vocês, não por obrigação, mas espontaneamente, como Deus quer; não por ganância, mas de boa vontade; não como dominadores dos que lhes foram confiados, mas sendo exemplos para o rebanho. E, quando o Supremo Pastor se manifestar, vocês receberão a coroa da glória, que nunca perde o seu brilho”.

Muitas vezes entendemos o verbo “peço” (grego, parakalō) como uma ameaça, como alguém levantando o dedo indicador. Talvez isso venha de traduções como “rogo” (ARA). Contudo, não é assim que o termo grego deve ser entendido. A palavra tem o sentido de pedir, confortar, encorajar. É o que Pedro faz; ele não dá ordens aos presbíteros como apóstolo, mas se descreve como um presbítero entre eles, admoestando-os no sentido de chamá-los para junto de si.

Pedro apela aos presbíteros por três razões: (1) por ser um presbítero como eles; (2) como testemunha dos sofrimentos de Cristo; e (3) como coparticipante da glória futura.

Como um presbítero como eles, Pedro não se coloca acima dos anciãos por ser apóstolo, mas em pé de igualdade com eles. Desta forma, ele pode persuadi-los convincentemente a não dominar o rebanho (verso 3). Afinal, ele havia recebido a comissão do Senhor ressurreto: “Apascente os meus cordeiros... Pastoreie as minhas ovelhas” (João 21.15-17). Pedro agora implementou isso de maneira exemplar, não se elevando acima dos outros, mas simplesmente chamando a si mesmo de “presbítero como eles”. Muito diferente do que a igreja posteriormente fez dele...

Como testemunha dos sofrimentos de Cristo, Pedro viu como o Senhor lidou com o sofrimento e como ele, o Senhor, se sujeitou às pessoas. Pedro viveu como Jesus e pôde persuasivamente aconselhar seus leitores a não dominar, mas servir e pastorear com devoção (verso 2).

Como coparticipante da glória futura, ele direciona o olhar dos presbíteros para as recompensas futuras. Ao fazer isso, ele ressalta a instrução de que eles não devem trabalhar na comunidade por dinheiro (“ganância”), nem devem ser forçados a fazê-lo.

Neste ponto, o apóstolo traz pelo menos seis instruções sobre como os presbíteros devem liderar a igreja:

  1. Como pastores. Pastorear significa nutrir, cuidar de algo, cuidar com devoção, consolidar, estar atento ao crescimento do rebanho;

  2. Não por obrigação, mas de livre vontade, pois tal serviço só pode ser realizado de coração;

  3. Não por dinheiro. Não para ganho pessoal, não à custa do rebanho;

  4. Com dedicação. De todo o coração, por amor a Jesus;

  5. Sem dominação. Não como um comandante ou ditador, mas como supervisor;

  6. De forma exemplar. Sendo uma testemunha através de sua própria vida.

Pedro também deixa claro que os presbíteros não devem considerar a igreja como sua, mas como confiada a eles por Deus. No versículo 2, ele escreveu: “Que pastoreiem o rebanho de Deus que há entre vocês...”.

A igreja não pertence à denominação, nem aos plantadores de uma igreja local, nem aos presbíteros ou pastores. Ela pertence ao Supremo Pastor e lhes é apenas designada como “subpastores”.

O apóstolo também aponta duas vezes para a glória futura reservada aos seus leitores – se cumprirem fielmente seu ministério: “... coparticipante da glória que há de ser revelada... E, quando o Supremo Pastor se manifestar, vocês receberão a coroa da glória, que nunca perde o seu brilho” (versos 2 e 4). Esta coparticipação da glória tem em mente o retorno de Cristo.

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Norbert Lieth nasceu em 1955 na Alemanha, sendo missionário na América do Sul entre 1978 e 1985. Casado, tem 4 filhas. Hoje faz parte da liderança da Chamada da Meia-Noite em sua sede, na Suíça. O ponto central de seu ministério é a palavra profética, sendo autor de diversos livros e conferencista internacional. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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