Por que para os outros sim e para mim não?

Elsbeth Vetsch

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Pergunta: “Sou filha de Deus e sirvo ao meu Senhor em minha igreja conforme os dons que Ele me deu. Meu marido e eu somos pessoas trabalhadoras e juntos procuramos ser econômicos e prudentes com as finanças. Mesmo assim, todos os meses precisamos cuidar com os gastos para sobreviver com nossos filhos. Duas coisas me preocupam: no Antigo Testamento, a prosperidade material significava bênção, e a pobreza era o oposto. Também me incomoda ver outros crentes vivendo de modo superficial, mas recebendo tudo de mão beijada. Será que Deus me ama menos que essas pessoas, mesmo que eu esteja vivendo de forma conscientemente entregue a Ele? Esse problema envolvendo a inveja me aflige muito!”

Resposta: Sua carta nos alegrou muito, mas por uma razão que você não imagina. Suas palavras revelam que o Senhor tem trabalhado em sua vida – e isso é algo infinitamente precioso! No final de sua carta você menciona o âmago da questão: a inveja. Esse sentimento oferece uma área aberta ao ataque do inimigo, e ele se aproveita dela sem piedade, chegando a semear dúvidas em seu coração, a ponto de você se questionar se Deus realmente ainda a ama. Portanto, o diagnóstico já está feito. Por essa razão posso lhe garantir com grande alegria que a cura para seu problema também está à vista! O Senhor não expõe problemas para fazer as pessoas sofrerem ou para deixá-las tristes. Quando Ele põe o dedo numa ferida, é porque quer dar perdão, libertação e alegria! “Como?”, você pergunta. Se você confessar-Lhe o seu pecado e pedir Seu perdão. A libertação vem como na travessia de um rio: colocando o pé numa pedra, depois na outra, e mais outra... Pisando numa nova pedra simbolicamente, você poderá começar a orar de forma confiante, como fazem as crianças, pedindo que o Senhor abençoe a pessoa que você inveja, que Ele abençoe seus filhos, seus negócios, e que os atraia para perto de Seu coração paterno. Quando estiver fazendo isso, você verá que as dúvidas e os pensamentos negativos se afastarão pouco a pouco, dando lugar à paz de Deus em seu coração. E a paz de Deus excede todo o entendimento (Fp 4.7).

De fato a prosperidade material era um sinal da bênção divina para o povo de Israel no Antigo Testamento. Porém, no Novo Testamento os bens imateriais, as riquezas espirituais, são a prova da verdadeira bênção. Em relação à bênção material, por favor, leia atentamente a parábola do rico avarento em Lucas 12.16-21, que termina com as palavras: “Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (vv.20-21). Isso não significa que é pecado ser rico. A questão é como lidar com a riqueza, e a grande pergunta é se somos ricos para com Deus.

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Paulo escreve acerca da riqueza interior: “Sempre dou graças a meu Deus a vosso respeito, a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus; porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento” (1 Co 1.4-5). E: “iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos” (Ef 1.18). Talvez ele estivesse pensando em pessoas que vivem na margem da miséria, que têm apenas o essencial para sobreviver. Filhos de Deus podem ser pobres, podem ser perseguidos, podem ser torturados, mas apesar disso são ricos em seu Deus, pois:

  • têm o perdão dos seus pecados pelo precioso sangue do Cordeiro (Ef 1.7).
  • sabem que Jesus os ama e têm a certeza de que o próprio Pai os ama (Jo 15.9; 16.27).
  • têm um intercessor quando pecam (1 Jo 2.1), que está à direita de Deus e intercede por eles (Rm 8.34).
  • têm o Espírito Santo, que os auxilia em sua fraqueza, quando estão prostrados e não sabem como orar (Rm 8.26).
  • têm uma firme âncora para suas almas (Hb 6.19).
  • têm um Pai de misericórdia e Deus de toda consolação quando passam por sofrimentos (2 Co 1.3).
  • têm uma esperança que não confunde (Rm 5.5).
  • são herdeiros do Reino, que Ele prometeu aos que O amam (Tg 2.5).

Eles têm... eles têm... eles são... A lista poderia ser ainda muito ampliada. Agora troque todas as palavras “eles têm” por “eu tenho”, e você perceberá a grandeza dos tesouros que tem em Cristo, que são riquezas insondáveis (Ef 3.8), pois Jesus se fez pobre por amor a nós e foi à cruz em nosso lugar (2 Co 8.9).

Peço a Deus de todo o coração que Ele abra seus olhos para que você consiga ver a riqueza imensurável que tem em Jesus, mesmo que no final do mês o dinheiro esteja novamente curto, e que você se alegre por ser uma filha desse Senhor maravilhoso. Ele lhe diz através de Sua Palavra: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp 4.6).

Por favor, leia também o Salmo 73. Asafe, o autor desse Salmo, tinha problemas com a prosperidade de seus contemporâneos ímpios. Ele se preocupava com o assunto. Sua conclusão se encontra no versículo 17. E, no final ele declara triunfalmente: “Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos” (Sl 73.28). (Elsbeth Vetsch)

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