A chave do coração

Norbert Lieth

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Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus, e o irmão Timóteo, a você, Filemom, nosso amado cooperador.” (Fm 1)

Esse primeiro versículo da carta a Filemom é semelhante a uma chave que permite o acesso ao coração do apóstolo Paulo. Ele permite um olhar sobre o seu mundo de ideias e o seu horizonte espiritual. Vemos a diferença que faz para um homem que tem Jesus como centro e alvo de sua vida e que está cheio do Espírito Santo; um homem que busca em primeiro lugar o reino de Deus e que renunciou a todo o egoísmo. Paulo vê

Jesus acima de si,
Filemom à sua frente,
Timóteo ao seu lado.

Jesus acima de si

Paulo coloca Jesus à frente em todas as áreas de sua vida. Seu coração está repleto de Jesus. Assim, ele não se considera um prisioneiro de Roma, mas um prisioneiro de Jesus Cristo. Ele recebe todas as situações da mão do Senhor e, em todas elas, permanece como servo de Cristo. Ele não tem compaixão de si mesmo, mas considera a sua prisão como resultado direto da vontade de Deus. Com isso, por trás do imperador romano Paulo vê despontar Jesus, o Rei dos reis. Paulo sabe que está sendo dirigido por ele e que está colocado no lugar certo. Paulo foi um servo fiel e submisso a Jesus Cristo. Ele viveu segundo o princípio de Filipenses 4.4: “Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se!”.

Querido(a) leitor(a), não se lamente sobre a sua atual situação, mas considere seu estado como algo que Deus permitiu para você. A sua confiança no Senhor servirá de testemunho e produzirá frutos para as outras pessoas. Você não é prisioneiro de um(a) cônjuge incrédulo(a), nem prisioneiro de uma autoridade tirana, nem prisioneiro de uma enfermidade traiçoeira etc., mas prisioneiro de Jesus Cristo!

Filemom à sua frente

Paulo não ostenta sua autoridade apostólica para o seu amigo Filemom, mas faz um apelo conscientemente humilde diante do caráter amável de Filemom. Ele pede que Onésimo não seja castigado, mas seja novamente aceito; e isso não apenas como escravo, mas também como irmão. Paulo se refere a Filemom como o “amado”. Com isso ele reforça o nome desse homem, pois Filemom significa “o que ama” ou “amoroso”. Provavelmente Filemom correspondia ao sentido de seu nome. O apóstolo também menciona com muito respeito que Filemom é um colaborador no reino de Deus.

Paulo enxergava Jesus como o Senhor dos senhores, acima de si, e considerava Filemom à sua frente, como colaborador em Cristo e irmão respeitável e gentil.

Ao proporcionarmos honrarias ao nosso irmão ou irmã e não julgarmos as pessoas pela aparência, estaremos também agindo como verdadeiros filhos de Deus.

Timóteo ao seu lado

É digno de nota que Paulo, em sua saudação, também menciona e destaca seu colaborador Timóteo. Ele chama Filemom de nosso cooperador, o que significa dizer “cooperador de Timóteo e Paulo”. Vemos que Paulo tinha um grande respeito por Timóteo, o incentivava como cooperador e também lhe atribuía a devida honra. Apesar da carta a Filemom não ser um escrito oficial a uma igreja, mas um envio de notícias particulares ao seu amigo, Timóteo é mencionado nela mesmo assim.

Sempre quando alguém escreve algo, coloca no papel aquilo que está em seu coração. A Bíblia diz isso assim: “... porque a sua boca fala do que está cheio o coração” (Lc 6.45). Muitos escrevem e falam somente sobre si mesmos, de seus próprios esforços e trabalhos, das suas próprias famílias etc. Não sobra nenhum olhar para os irmãos que estão ao lado. Tudo gira em torno de si mesmos.

Paulo não agiu assim. Ele não se considerava o mais importante, mas achou importante mencionar também seu irmão e cooperador Timóteo. Paulo tinha essa visão ampla: Jesus acima de si – Filemom à sua frente – Timóteo ao seu lado. Com esse sentimento, ele se colocava ao mesmo nível dos seus irmãos.

Aquele que enxerga Jesus acima de si também vê seu irmão à sua frente e interfere amavelmente por ele. — Norbert Lieth

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Norbert Lieth nasceu em 1955 na Alemanha, sendo missionário na América do Sul entre 1978 e 1985. Casado, tem 4 filhas. Hoje faz parte da liderança da Chamada da Meia-Noite em sua sede, na Suíça. O ponto central de seu ministério é a palavra profética, sendo autor de diversos livros e conferencista internacional. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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