Mistérios do Fundo do Mar

Thomas Lachenmaier

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O pouco que se sabe sobre a lula-gigante mostra que o homem sabe quase nada sobre a vida no fundo do mar.

Até a metade do século XIX não se sabia se os relatos sobre uma lula-gigante, existente nas profundezas dos mares, eram alucinações de homens do mar ou se esse monstro marinho de fato existia. Atualmente, a ciência sabe um pouco mais sobre Architeuthis, a lula-gigante. Em todo caso, há a certeza de que ela existe. No entanto, os biólogos marinhos ainda têm mais perguntas sobre a Architeuthis do que conhecimento profundo.

Qual é o tamanho máximo que uma lula-gigante pode alcançar? Como esses animais se acasalam, e quando? Onde exatamente essas lulas-gigantes vivem? A que profundidades elas se deslocam? Como elas caçam? Perguntas para as quais principalmente o pesquisador marinho japonês dr. Tsunemi Kubodera, do Museu Nacional de Ciências de Tóquio, procura respostas.

O que se sabe até agora sobre o Architeuthis foi conseguido através de partes de cadáveres que apareceram na costa marítima, ou em estômagos de cachalotes, onde foram encontrados enormes tentáculos. As lulas-gigantes são os maiores animais invertebrados conhecidos até hoje. O maior exemplar de lula-gigante já registrado e que apareceu pesou mais de uma tonelada. Media 13 metros de comprimento.

Os olhos da lula-gigante tinham o diâmetro de até 40 cm, assim, são os maiores olhos de que se tem conhecimento no mundo animal. A Architeuthis é uma caçadora agressiva. Com seus oito braços e dois tentáculos, equipados com centenas de ventosas, ela caça peixes grandes. O seu bico é afiado como uma navalha de barbear. Com frequência são encontradas cicatrizes arredondadas em baleias, resultantes dos sérios ferimentos causados pelas ventosas das lulas-gigantes. As lulas são animais ágeis que se movimentam com uma espécie de propulsão a jato. Elas sugam a água e em seguida a expelem com força, gerando uma forte propulsão.

“Você já foi até as nascentes do mar, ou já passeou pelas obscuras profundezas do abismo?” (Jó 38.16)

O motivo do desconhecimento sobre ela é que a lula-gigante vive na eterna escuridão das profundezas marítimas – num mundo que ainda é quase inacessível ao homem atualmente. Ao contrário do que acontece com a face oculta da Lua, da qual o homem tem uma clara imagem, sobre o ecossistema da profundeza marítima paira quase total desconhecimento.

Em 2013, a equipe de pesquisadores de Tsunemi Kubodera, utilizando um veículo tripulado com capacidade de submergir no máximo um quilômetro, conseguiu imagens de uma lula. Normalmente, no entanto, os chamados “Remoted Operated Vehicles – ROV” (veículos operados remotamente) são enviados ao fundo do mar. O GEOMAR-ROV pode descer até 6500 metros de profundidade. As gigantescas superfícies submarinas ainda mais profundas continuam sendo um tanto quanto desconhecidas para o homem. Quase não há informações sobre seres vivos nessas profundidades. Em seu ponto máximo, na Fossa das Marianas, o Oceano Pacífico alcança 11 quilômetros de profundidade.

Em 2004 o dr. Tsunemi Kubodera e sua equipe conseguiram captar imagens de vídeo desse molusco monstruoso. Essa foi de fato a primeira vez que se conseguiu filmar o Architeuthis em seu ambiente natural. O animal tinha 7 metros de comprimento e foi captado pela câmera a uma profundidade de 500 metros. Não sabemos o comprimento máximo que as lulas-gigantes podem alcançar e até que profundidade se estende sua área de vivência.

Essa lula-gigante nos lembra que a capacidade de reconhecimento do homem – por mais impressionante que ela seja – tem limites. “Você já foi até as nascentes do mar, ou já passeou pelas obscuras profundezas do abismo?” (Jó 38.16) foi a pergunta de Deus para Jó. No livro de Jó, nos capítulos 38–40, esses limites são expostos com toda a clareza e até de modo cruel. Deus apresenta dimensões em sua Palavra que o homem deseja esquecer quando este, em sua superavaliação e descomedimento, tenta se igualar a Deus. A Bíblia mostra a quem o homem deve sua capacidade de reconhecimento e o lembra que essa dádiva está condicionada a certos requisitos. Ele não pode dispor dela ao seu bel-prazer.

Em sua escuridão, esse mundo não difere em nada das profundezas dos mares.

Sabedoria e reconhecimento estão relacionados e começam quando o homem reconhece quem criou o mundo no qual ele se movimenta e que ele pode organizar. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento”, lemos nos provérbios de Salomão (1.7) e no Salmo 111.10 consta: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”. Quando o homem perde o temor do Senhor ou age com rebeldia contra a vontade de Deus, então sua capacidade de reconhecimento não ficará ilesa.

Em nossa época, em que se perdem gradativamente a percepção da santidade de Deus, de sua grandiosidade e onipotência, essas consequências são visíveis e perceptíveis. O homem que pretende se colocar acima de Deus e que, em suas ações e reconhecimentos, se considera igual ao Senhor, certamente sofrerá as consequências. “Aos ímpios é negada a sua luz, e quebra-se o seu braço levantado” (Jó 38.15). Quando se vê a falta de sabedoria, bom senso e entendimento na política e na economia, mas também na ciência e na área da cultura, então torna-se claro que o preço do afastamento de Deus e da sua vontade é muito elevado. Os que zombam de Deus serão entregues à insensatez e precisarão arcar com as amargas consequências da sua cegueira: confusão e desordem. A rebelião contra Deus conduz a humanidade a um mundo obscuro e assustador. Em sua escuridão, esse mundo não difere em nada das profundezas dos mares. (Thomas Lachenmaier — factum-magazin.ch)

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