Barnabé: um homem altruísta

Norbert Lieth

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Uma característica notável de Barnabé era que ele absolutamente não era uma pessoa egoísta. Ele sempre pensava nos outros, alegrava-se com eles e os consolava. Quando ele observou a amarga pobreza de alguns de seus irmãos na fé, vendeu uma propriedade e entregou voluntariamente todo o dinheiro da venda à disposição da igreja da época (At 4.36-37). Ele não precisava fazê-lo, pois isso não era um mandamento. Porém, o seu coração ardia pela causa de Jesus!

Em seu altruísmo, Barnabé envolveu o apóstolo Paulo no ministério e depois se retraiu. No início do livro de Atos, o nome de Barnabé sempre era mencionado antes de Paulo, mas posteriormente Paulo foi colocado na posição de liderança.

Quando Barnabé foi enviado para apoiar os membros da recém-constituída igreja (At 11.19-22), ele não ficou imaginando com inveja: “Que pena que eles não se converteram por meu intermédio”, mas o relato diz: “Notícias desse fato chegaram aos ouvidos da igreja em Jerusalém, e eles enviaram Barnabé a Antioquia. Este, ali chegando e vendo a graça de Deus, ficou alegre e os animou a permanecer fiéis ao Senhor, de todo o coração. Ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé; e muitas pessoas foram acrescentadas ao Senhor” (11.22-24). Em outra versão, o verso 23 diz: “Quando chegou lá e viu como Deus tinha abençoado aquela gente, Barnabé ficou muito alegre. E animou todos a continuarem fiéis ao Senhor, de todo o coração” (NTLH).

Também ali ele não pretendia receber honrarias para si, mas, em seu altruísmo, preocupou-se única e exclusivamente com a edificação da igreja de Jesus naquela cidade. Por isso ele buscou Saulo (Paulo), pois o considerava valioso para Antioquia: “Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, quando o encontrou, levou-o para Antioquia. Assim, durante um ano inteiro Barnabé e Saulo se reuniram com a igreja e ensinaram a muitos. Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos” (v. 25-26).

Não somos, às vezes, dominados em nossas ações pela vontade de ser o melhor? Ou de querer ser visto como imprescindível? Se for esse o caso, precisamos saber: a partir do momento em que pensamos que somos importantes, insubstituíveis, nós deixamos de sê-lo aos olhos de Deus! Existe uma escala de avaliação na qual podemos observar como nós estamos: conseguimos nos alegrar, de todo o coração, quando outros podem relatar de seu “êxito” na área espiritual, quando muitas almas foram ganhas para o Cordeiro – ou ficamos ciumentos, até com inveja e passamos a não mais olhar nos olhos deles?

Barnabé foi tão valioso para Deus justamente em virtude de seu altruísmo. Por essa razão ele se tornou a grande figura na história da igreja, porque pensava tão pouco de si, mas muito mais do Senhor!

Mais tarde Barnabé e Paulo estiveram em Listra (Galácia) e proclamaram o evangelho naquela região (At 14). O Senhor confirmou suas mensagens por meio de sinais e milagres. Um homem foi curado e isso causou tanta movimentação na cidade que os dois foram endeusados: Paulo foi chamado “Hermes” e Barnabé “Zeus”. O povo queria até sacrificar um touro em homenagem a eles. Os dois reagiram de modo determinado contra isso: “Ouvindo isso, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram as roupas e correram para o meio da multidão, gritando: ‘Homens, por que vocês estão fazendo isso? Nós também somos humanos como vocês. Estamos trazendo boas-novas para vocês, dizendo que se afastem dessas coisas vãs e se voltem para o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há’” (At 14.14-15). Barnabé e Paulo estavam acostumados a honrar apenas a Deus e rejeitaram a honra a si mesmos. Eles agiam de acordo com as palavras que Paulo escreveu posteriormente, em sua carta aos Gálatas: “Por isso digo: deixem que o Espírito guie sua vida. Assim, não satisfarão os anseios de sua natureza humana. A natureza humana deseja fazer exatamente o oposto do que o Espírito quer, e o Espírito nos impele na direção contrária...” (Gl 5.16-17a – NVT). — Norbert Lieth

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Norbert Lieth nasceu em 1955 na Alemanha, sendo missionário na América do Sul entre 1978 e 1985. Casado, tem 4 filhas. Hoje faz parte da liderança da Chamada da Meia-Noite em sua sede, na Suíça. O ponto central de seu ministério é a palavra profética, sendo autor de diversos livros e conferencista internacional. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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